quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Um Sítio que faltava mencionar

Por vezes, diria até muitas vezes, passamos ao lado das" coisas" sem lhes dar o devido relevo, a atenção sublinhada que merecem na nossa memória.
Na memória individual estas coisas resolvem-se mais ou menos bem, com maior ou menor número de actos de contricção . Como este.

Assim pela importância que dou à memória colectiva, fica aqui registado o Sítio do José Matos, Estrela Cansada, e a recomendação particular para ser lida a entrada do dia 7 de Novembro.

Ao José Matos aquilo que eu espero dele é que continue tolo!

Ao fim e ao cabo ninguém gosta de se sentir sózinho ...

terça-feira, 9 de novembro de 2004


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Elaboração de Mosaicos em Astrofotografia

Parte 4

Nesta entrada vamos terminar o procedimento de Elaboração de Mosaicos recorrendo ao uso do Photoshop.

- Quarto Passo

Agora trata-se de conseguir melhorar o contraste e o brilho de cada uma das imagens, de modo a que as diferenças de tom e contraste faça com que o mosaico se “aguente” aos seus olhos, como se fosse uma só imagem original.

Para cada imagem, depois de evidenciar a “layer” respectiva no Painel das Layers, vá a “Imagem”>”Adjust” e use como achar melhor os comandos existentes, nomeadamente, levels, curves e brigthness/constrast.
Poderá de novo fazer zoom e seguir as melhorias introduzidas, nomeadamente, no que diz respeito ao desvanecimento das zonas de “costura”.

Perceberá facilmente que é neste ponto do processo que tudo o que fez no momento do registro se torna agora importante. Pelo menos, foi aqui que definitivamente me apercebi que não arranjarei colocação na equipa de tratmento de imagem do Hubble,
Space Telescope Science Institute.
Mesmo assim não será motivo para desistir e, pelo menos, retire do gozo da experiência e do procedimento de construção do mosaico a base para a satisfação final.

- Quinto Passo

Se chegou aquilo que considera ser o resultado final, terá agora que, em definitivo, tornar o conjunto das imagens numa só consolidando o mosaico.
Serve isto para dizer que se achar que existe espaço para mais melhorias parciais, em cada uma das layers, as deverá concluir, porque depois só poderá trabalhar sobre uma única imagem, a do seu bonito mosaico.

Já acabou? Então vá ao Painal das Layers escolha Flatten e valide essa opção.
Fácil não é? Acreditte que sim.

Para terminar, e como se estivessemos a reunir as peças de um grande puzzle, se fizer parte do seu plano, pode aproveitar a imagem composta cortá-la, aqui ou ali, e compôr com ela mais de mil mosaicos. Todo o Universo na sua tela !

Ah! Não se esqueça de salvar o seu trabalho num formato que possa ser carregado no seu e no nosso ordenador.

Boa Sorte!

Fonte: Sítio do Robert Gendler





segunda-feira, 8 de novembro de 2004

Elaboração de Mosaicos em Astrofotografia

Parte 2

- Primeiro Passo

O primeiro passo poderia ser a abordagem da recolha e o processamento de cada uma das imagens, acho contudo que esse aspecto do assunto poderá ficar para outra entrada no Luzeiro, sem que o assunto particular desta parte final do processamento saia prejudicada.

Porém não me escuso a referir que os aspectos de colimação do telescópio, da visibilidade e transparência do céu, bem como do posicionamento dos alvos a registrar são particularidades que se não devem descurar, pelo que uma atempada preparação da sessão de registro se torna fundamental na apreciação do resultado final. Aliás, estas questões aqui tocadas de ligeiro, serão facilmente apreendidas se se fizer uma análise mais atenta aos trabalhos que expus anteriormente.

Para começar, resta somente dizer que os passos aqui descritos se aplicam ao programa Photoshop, sendo que cada um dos comandos usados não deverão sofrer modificações apreciaveis em função das várias versões já editadas.

Pressupondo, então, que possuimos as nossas imagens já devidamente individualizadas em quadros, deveremos escolher uma, entendida como fundo, sobre a qual todas as outras se irão posicionar.

Abra a 1ª imagem e a seguir ajuste a dimensão da moldura onde irá fazer “cair” o conjunto das imagens que irão compôr o mosaico.
Para isso, clique Image>Canvas Size.
Para além da dimensão que lhe parecer mais adequada ao futuro mosaico, deverá ainda definir qual a direcção que a colagem irá seguir, bem como as que se lhe seguirão.

Com as teclas “CRTL” e “_” poderá diminuir a dimensão aparente da moldura, de modo a que possa obter uma perspectiva abrangente da moldura.

- Segundo Passo

Abra a 2ª imagem e na barra do menú principal escolha “Select” e depois “All”.
De modo a auxiliar o desaparecimento das colagens, deverá clicar “Select>Modify”.
Este comando irá selecionar uma margem à qual se poderá atribuir um valor em pxiel. Depois de validar este comando, deverá fazer-se “Select>Feather” para que os cantos da margem se apresentem com um contorno suavizado.

Este valor da margem poderá constituir-se como a superfície de imagem que nos servirá de superfície de sobreposição sobre a imagem de fundo, mas também como desvanecimento da superfície de sobreposição numa zona que não sirva de referência para a colagem.

Elaboração de Mosaicos em Astrofotografia

Parte 3

Esta entrada trata da fase final da construção de um mosaico de imagens individuais
O conjunto dos passos e exemplos poderão ser consultados nas entradas anteriores.


- Terceiro Passo

Agora, através de “Select”>”Inverse” anule a selecção realizada antes na 2ªimagem.
Depois recorra a “Edit”>”Cut” . Não se assuste! A sua imagem não se perdeu, tendo ficado somente exposta a margem que antes definira, ela ficará guardada algures.
Volte com o apontador à moldura e clique no menu principal “Edit”>”Paste” ... Et Voilá!
Aí está de novo a sua “desaparecida” imagem, agora já no plano da moldura.
Só de pensar que aprendi o a, e, i, o, u, das cópias na primária em lousas e penas de ardósia negra, que ia limpando à custa de cuspidelas de saliva ... Fantástico!

Possuímos, então, duas layers sobre as quais poderemos trabalhar.
Convêm dizer que neste momento talvez lhe interesse analisar o contraste e o brilho de ambas as imagens.
Embora o venha a fazer depois, e como primeiro equilíbrio de cambiantes, neste momento poderá agir sobre a totalidade da imagem no brilho e contraste, de modo a actuar sobre as imagens que pretende “costurar”.

No painel das layers, e se não o activou antes pode agora fazê-lo com “View”>”Show”>”Layers”, diminua a opacidade, por exemplo, para 50%, actuando sobre o botão e cursor da caixa de opacidade no Painel das Layers.

Agora, na Caixa de Ferramentas, mude o apontador para “Move Tool”, clique sobre a 2ª imagem e arraste-a para ser sobreposta à imagem de fundo (Background).
Para um ajuste mais fino dos detalhes nas imagens que vão ser sobrepostas, pode accionar as teclas direccionais que permitem um movimento de 1 pixel.

Se voltar ao painel “Navigator” poderá efectuar um zoom sobre a zona aonde os detalhes se sobrepoêm, deste modo conseguindo uma ainda maior precisão de ajuste.
Com a imagem amplificada percorra todo o bordo da “costura”, para se certificar de quanto correcta estará a sobreposição.

Os passos seguidos até aqui poderão ser reproduzidos tantas vezes quantas as imagens que pretendem incluir no seu mosaico.

Quando entender que ambas as imagens estão correctamente sobrepostas, reponha o valor da opacidade em 100% e valide o trabalho.

domingo, 7 de novembro de 2004

Elaboração de Mosaicos em Astrofotografia

INTRODUÇÂO

Algum tempo após ter desenvolvimento o meu interesse pela observação astronómica, foi com naturalidade que comecei a tirar umas fotos aos objectos que ia observando.

Iniciei essa prática com uma câmara SLR Nikon 35mm, mas devido às dificuldades impostas por esta possibilidade rapidamente descobri que o uso de uma simples webcam torna muito mais fácil, e daí imediatamente gratificante , o registo de objectos celestes permitindo uma qualidade final deveras interessante.

Por outro lado, como uso uma simples câmara Philips Toucam Pro 740K, sem qualquer tipo de modificação para tempos prolongados de exposição, os corpos dos sistema solar são, naturalmente, os mais acessíveis. De entre estes, concerteza que a Lua, pela sua dimensão aparente e intensidade reflectora recebida, mas também pela profusão de interessantes detalhes, é um alvo excelente.

O meu telescópio, o LX90 da Meade, com uma distância focal de 2000mm e uma abertura de 203mm, permite amplificações muito generosas daqueles detalhes, ao qual se acresce a possiblidade de, utilizando a motorização de seguimento, manter por tempos apreciáveis, uma qualquer zona contida no foco sem correcções.

Porém, a relação focal de f/10 colocou-me alguma dificuldade em fazer o registro da captação de zonas com grandes dimensões aparentes, confinando-me a alvos de estreita dimensão. Concerteza que poderia usar um redutor focal aplicado ou à webcam ou à célula do SCT, mas ainda não julgo económicamente interessante a relação entre o custo e a utilização que faço dos meios disponíveis.

Deste modo, ao apreciar os resultados de outros amadores, a solução de registrar e depois proceder à “costura” de diversos quadros para a construção de “mosaicos” tornou-se o passo seguinte.

Nas entradas seguintes do Luzeiro, irei descrever os passos que dei usando o Photoshop para criar alguns dos mosaicos já aqui divulgados.

sábado, 6 de novembro de 2004

A Lua em 2004 10 25



Aspecto do Terminador, a Sudoeste, com especial relevo para as Crateras Schickard e Schiller

Segunda experiência de mosaico em Photoshop

sexta-feira, 5 de novembro de 2004

Uma zona próxima do Equador Lunar



A zona da Lua acima representada foi observada ao príncipio da noite, 18H15 TU, do passado dia 21 de Outubro.
O nosso satélite encontrava-se a uma distância de cerca de 370 mil quilómetros e no oitavo dia de lunação, na fase Crescente.
A zona fotografada, registada e processada em Registax 2.1.1 apartir de vários quadros, foi "costurada" em mosaico recorrendo ao Photoshop e representa um quadrante entre os 3 e os 20º de Longitude e os 10 e os 25º longitude Lunar.
É uma zona muito próxima do centro da superfície do "círculo lunar", se for permitido assim dizê-lo de forma grosseira.

Como se pode ver é uma zona de interesse e particularmente repleta de crateras, originadas em diferentes datas, composta por mares, golfo e lagos, falhas e redes de falhas geológicas.
Tem ainda a particularidade de na zona assinalada em 2, terem descido duas sondas Surveyor, a 4 e a 6. Enfim, lixo tecnológico que se manterá ad eternum? na superfície lunar, a lembrar o que se passará na Terra, que o lixo é o melhor dos documentos arqueológicos futuros da nossa passagem por estas bandas e por outras também...

Bom, abaixo descrevo as diversas notações que compõem a foto, sendo que o Norte fica para cima e se apresenta como foi observado.
Já agora, e ainda sobre a foto, registo que foi o primeiro "mosaico" que construí e que sobre o procedimento que segui
irei brevemente dar nota no Luzeiro.


Lua 20041021, 18:15 TU

1- Reaumur, Cratera danificada com cerca de 53km de diâmetro e de fundo plano, repleto de lavas;
2- Sondas Surveyor 4 e 6, zona de descida de exploração lunar dos E.U.A;
3- Triesnecker, Cratera datando de há cerca 1.1 mil milhões de anos, isolada sobre o Golfo de Sinus Medii, com uma dimensão de 27km e uma elevação de cerca de 2800m;
4- Rimae Triesnecker, Rede de Falhas Geológicas, datando de período anterior à cratera e com uma extensão de 200km, com cerca de 2km de largura, estende-se desde a cratera Rhaeticus até à de Hyginus;
5- Sinus Medii, Golfo, ou pequeno Mar, com uma superfície de 52000km2;
6- Rima Hyginus, Falha Geológica, provavelmente datando da mesma época de Rimae Triesnecker, ou seja, de há perto de 3.85 mil milhões de anos e que parece estar ligadad a Rima Ariadaeus (10);
7- Hyginus, Cratera, com uma dimensão de 10km e 800m de altura, a meio da Falha com o mesmo nome, surge a delimitar o Sinus Meddi (o "golfo do meio") do Mar dos Vapores;
8- Manilius, Cratera, datando de entre 3.2 a 1.1 mil milhões de anos. É uma formação isolada, já situada no Mar dos Vapores, possuindo como dimensões 40km de abertura e 3100m de altura. As suas paredes elevadas e escarpadas, que a ajudam com a melhor exposição solar a ser brilhante e destacada, tem um fundo plano e pouco extenso.
9- Mare Vaporum, Mar dos Vapores, com cerca de 230x230km repleto de lavas e talvez por isso muito plano, aponta para uma origem anterior a 3.8 mil milhões de anos;
10- Rima Ariadaeus, Falha Geológica, provavelmente da mesma altura da formação do Mar dos Vapores. Tom uma extensão de 220km e cerca de 7km de largura;
11- Rhaeticus, Cratera, uma dimensão de cerca de 45km de diâmetro, apresentando uma montanha central ainda destacada, a mostrar que esta formação geológica terá uma idade muito próxima dos 4.5mil milhões de anos;
12- Agrippa, Cratera, nome do Astrónomo Grego do Séc. I, danificada a Nordeste apresenta um fundo plano, parcialmente coberto de lavas e uma proeminente montanha central;
13- Godin, Cratera, nome de outro Astrónomo, este Francês e do Séc. 18, formação circular com um diâmetro de sensivelmente 35km e com uma elevação das suas paredes de 3200m, possui igualmente uma montanha central de apreciável altura;
14- Murchison, Cratera, devido à sua proveta idade, 4.55 mil milhões de anos encontra-se muito danificada pela intrusão do impacto que deu origem a Pallas, a cratera vizinha a Noroeste;
15- Pallas, Cratera, formação vizinha de Murchison com ela formando um par interessante. Possuirá uma origem posterior à vizinha de "baixo" de acerca de 3.92 mil milhões e tem o seu fundo muito plano, talvez repleto de lavas "recentes".


Fontes: Atlas Virtual da Lua, Versão Portuguesa
Lunar and Planetary Institute

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Porquê a Lua?

As últimas entradas no Luzeiro têm sido dedicadas à Lua.
Poder-se-á pensar que a razão foi a ocorrência do Eclipse Lunar de 28 de Outubro ou até que me encontre de novo terrívelmente apaixonado.
Claro, não se trata nada disto, embora acredite que uma boa Lua possa favorecer esse estado aluado ...

De facto, os motivos são exclusivamente pragmáticos e prendem-se com o local aonde levo a cabo as minhas observações.
Faço as minhas observações à varanda de minha casa, um quinto andar sem sotão.
E, embora viva num ambiente suburbano e ainda assim virado a Sul, a verdade é que as nossas cidades e vilas, estão cada vez mais entregues às estratégias de desperdício de energias, entre outros desmandos, a que se entregam as nossas autarquias e muitos daqueles que as suportam, entre os quais os seus eleitores se encontram em maioria.

Poucos, muitos poucos até, acho, já se terão interrogado da necessidade de tanta iluminação? E de tanta iluminação inútil?
Rotundas profusamente iluminadas onde é escasso o trânsito, holofotes a iluminarem frontarias de prédios até altas horas da noite, e de preferência com uma alternância de cores psicadelicamente pirosa e terceiro-mundista, fontes que jorram água toda a noite e são assistidas por jogos de luzes, holofotes em jardins a iluminar, de baixo para cima, as copas das árvores, holofotes, holofotes, holofotes ...
Sorte minha a de ter passado por algumas das maiores metrópoles do mundo e ter visto o efeito da poluição luminosa por serem grandes, mas não se confunda Paris com Lisboa, Nova Iorque com o Porto, Londres com a Maia, Amadora com Tóquio. E pude também visitar pequenas vilas, de dimensão amior ou igual que o Porto e Maia e Viana, não me recordo de ter visto nada do que por aqui se vê em termos de desperdício de iluminação pública (e privada).

Dir-me-ão que é para melhorar a segurança dos cidadãos, que será para incrementar o gosto estético (duvidoso) da população inominável e , no final do folêgo, acusar-me-ão ainda de muitas coisas para no fim nos relegarem para um canto minoritário.
Bom, não sei como serão os futuros 50 ou 100 anos, mas terei pena quando se chegar à constatação que a Terra, quando vista por exemplo de Vénus, se confundirá no seu brilho com a Lua.
Quando isso suceder, talvez estejamos a pouco tempo de viajarmos para o espaço exterior. Talvez ...

Bem, mas não era sobre ficções que pretendia hoje escrever.
Confrontado então com as condições oferecidas pelo local de observação habitual, não tive outra hipótese senão, e com os meios que possuo, do que me decidir por objectos celestes mais acessíveis.
Não deixa esta de ser também uma decisão, diria humana, e solar.
É verdade que o visionamento dos objectos do céu profundo, os enxames, as nebulosas, as galáxias, criam um sentimento de maravilhamento e espanto decorrente da beleza e singularidade, mas encontram-se tão afastados que só mesmo olhá-los dá prazer a um astrónomo amador comum. Algo mais do que observar, fotografar e ler o que por outros foi revelado sobre esses objectos do céu profundo não está o meu alcance imediato.

Contudo, o Sistema Solar está ao alcance dos nossos olhos, dos binóculos, do telescópio de prenda de anos, da webcam , da câmara digital e também da velha reflex do pai ou do avô.
E é possível pela proximidade dessas coisas, ainda assim espantosamente longínquas, acompanhar e perceber as fases de Vénus, a dança dos satélites e a corrida da Grande Mancha Vermelha pela superfície de Júpiter, é possível imaginar uma sonda a descer em Titã e ver que os anéis de Saturno estão separados entre si.
É possível acreditar que voltaremos a passear na Lua ... e começarmos, porque não?, a tirar medidas para reservarmos um monte selenita!

Dedico-me então à observação (caseira) do Sistema Solar e, já agora que se encontra aqui tão perto, começo pela Lua.


segunda-feira, 1 de novembro de 2004

Mais do Eclipse Lunar de 28-Out


Depois de ter assistido à eliminação, mais do que justa, do FCPorto pelo Vitória de Guimarães para a Taça de Portugal, a perspectiva de poder assistir ao eclipse lunar melhorou a minha disposição.

Na varanda, apercebi-me que continuava a chover mas não desesperei. Como ainda tinha uns avi’s para processar da última observação, sentei-me frente ao PC e comecei a trabalhar.
Quando me apercebi das horas que eram faltavam 15 min para o fenómeno se iniciar com a entrada na penumbra. Eram 2H00.

Assim, depois de montar o LX90 no seu pedestal, sentei-me num banco a aguardar.
A temperatura não estava nada mal, bem pelo contrário, o vento empurrava com rapidez as núvens para nordeste e por vezes soprava tépido.

A Constelação de Orionte a iniciar a sua subida aos nossos céus foi-me entretendo enquanto a Lua se ia escurecendo.
Alturas houve em que fiquei mais de 30min aguardando por uma aberta nas núvens mas acho que valeu a pena.

Quando a Totalidade chegou, ver o nosso satélite aparentemente tão frágil, quase como se se tratasse de uma fina peça de cristal, deixou-me maravilhado e proporcionou-me a visão do meu primeiro Eclipse Lunar.

Depois já imerso na totalidade do cone de sombra projectado pela Terra, a Lua ia sendo cada vez mais escondida pelas núvens e fui-me deitar. Eram 04H10.

A imagem acima é uma fase do eclipse e é anterior àquelas publicadas antes na entrada do próprio dia do Eclipse.

quinta-feira, 28 de outubro de 2004


Somewhere over the rainbow.


Eclipse Lunar desde a varanda de casa

sábado, 23 de outubro de 2004

Eclipse da Lua

No início da madrugada do próximo dia 28 poderemos presenciar uma Eclipse Anular da Lua.

Segundo o Dicionário de Astronomia da Didáctica Editora, Eclipse é a desaparição temporária, total ou parcial, de um objecto celeste, causada pela interposição de um outro objecto celeste entre o primeiro e a fonte de radiação que o ilumina.

Para compreendermos esta definição deveremos fazer recordar que tanto a Terra como o seu satélite natural possuem uma órbita em torno do Sol.
Considerando este modelo de sistema solar, o Sol ilumina o nosso planeta
e ilumina também a Lua.

A Lua, ao possuir ainda um movimento orbital em torno da Terra, além daqueles que a faz rodar em torno do Sol e de em torno de si mesma, arrisca-se então a “mergulhar” num cone de sombra resultante de a Terra, em mais um momento ocasional em que as órbitas dos 3 astros ficam no mesmo plano, se interpor entre o Sol e a Lua, projectando um cone de sombra sobre a face iluminada do nosso satélite.

Neste sítio poderão ler um revelador artigo do Grom Matthies sobre o Eclipse da Lua.

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Estrelas Variáveis do Tipo Cefeides

Para além do nosso Sistema Solar, as estrelas encontram-se tão longe que, através da observação visual, não nos é possível apercebermo-nos da suas variações de intensidade luminosa.
Quando as olhamos, parece-nos perceber que elas cintilam, mas tal impressão não resulta senão do facto de, entre os nossos olhos e as estrelas, se interporem longas distâncias, camadas de ar com diferentes temperaturas e tipos de poluição ou ângulos de visionamento menos propícios.

Contudo, quando observadas e estudadas através de telescópios e outros recursos, as estrelas apresentam, não cintilações no estrito sentido do termo, mas variações no brilho decorrentes de alterações na intensidade luminosa que é registada.
Estas variações ficam dever-se às características intrínsecas do estádio de desenvolvimento em que as estrelas se encontram.

Em rigor todas as estrelas variam na sua intensidade luminosa. De facto, a nossa Estrela Sol aumenta e diminui de intensidade enquanto distende e comprime o seu corpo.
As estrelas variáveis, conforme a evidência do seu tipo de actividade, dividem-se em vários grupos: Cefeides, de longo período, cataclismícas ... e até as que não são verdadeiras, aquelas que resultam de um outro objecto na sua órbita se interpor entre o nosso ponto de observação e a sua posição no Universo.

As Cefeides, ligeiramente abordadas na notícia do dia 7 de Outubro, são estrelas de variabilidade periódica curta, entre um e 100 dias, e com alterações de magnitude no brilho relativamente pouco acentuadas, caracterizada por um aumento súbito de luminosidade e uma diminuição lenta. A sua massa varia entre 5 e 20 massas solares e possuem uma luminosidade 104 vezes a luminosidade do Sol.

Por terem períodos bem demarcados de variabilidade e com a uma dispersão e profusão conveniente pelo universo observável, as Cefeides são utilizadas para a medição de distâncias entre a Terra e os Enxames Globulares Abertos ou outras galáxias, utilizando para isto uma relação calculada a partir do conhecimento da Luminosidade e da Intensidade.

O seu nome surge pela primeira vez da observação efectuada sobre a Delta de Cefeu por John Goodricke, um astrónomo amador que, em 1784, descobriu e quantificou o seu período em 5.4dias.
Mais tarde, em 1894, o astrónomo russo Aristarkh Belopolski, confirmou estas observações e resultados pela observação das variações do espectro cromático da luminosidade, constatando que tal variação se fica a dever a movimentos de expansão e contracção da massa de Delta Cefeu.

sábado, 9 de outubro de 2004

Lua em 20040920 - Parte 2 e Fim

Ao lado das 3 crateras surge o Mar Nectaris.
Com origem num monstruoso impacto que se calcula ter sucedido entre 3.85 e 3.92 mil milhões de anos, o mar de néctar dá nome a uma formação geológica lunar que ocupa uma percentagem menor na superfície na fase visível da Lua.
Embora não existam amostras recolhidas desta região no decurso do Programa Apolo, foi possível estabelecer limites temporais, tendo em conta as informações recolhidas em outros locais e o estudo comparativo das diferentes formações geológicas.

Abaixo os dados relevantes para cada uma das crateras em análise ou presentes na fotografia:

Theophilus
Idade Geológica ~ -3.2 a -1.1 mil milhões de anos
Dimensão ~ 100km
Profundidade ~ 4.4km

Cyrillus
Idade Geológica ~ -3.85 a -3.92 mil milhões de anos
Dimensão ~ 98km
Profundidade de difícil medida

Catharina
Idade Geológica ~ -3.85 a -3.92 mil milhões de anos
Dimensão ~ 100km
Profundidade de difícil medida

Madler
Idade Geológica ~ -3.2 a -1.1 mil milhões de anos
Dimensão ~ 28km
Profundidade ~ 2.67km

Kant
Idade Geológica ~ -3.2 a -3.8mil milhões de anos
Dimensão ~ 31km
Profundidade ~ 2.7km

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Lua em 20040920 - Parte 1

Na madrugada do próximo dia 28 de Outubro vamos poder observar em Portugal um Eclipse Lunar Total. Este acontecimento começara a ser divulgado nas próximas entradas do Luzeiro.

Entretanto, temos hoje uma foto de uma zona particular da Lua, obtida no passado dia 20de Setembro pelas 22H00. Esta foto teve como origem a curiosidade despertada por um artigo, da autoria de Charles A. Wood, publicado na edição de Outubro da revista Sky&Telescope.

A foto, obtida com o LX90 e uma Webcam acoplada à célula do telescópio, foi obtida recorrendo a 4 AVI’s de 10’, a 30 quadros por segundo. De cada um dos avi’s foram escolhidas as frames mais nítidas para o processamento da imagem final em Registax. O tratamento da imagem recorreu também às ferramentas do Registax, com a utilização de wavelets e contraste. A imagem final é o stack das 4 imagens entretanto obtidas de cada avi. O Norte está para cima.

Concluída a introdução sobre a construção da foto, e referindo-nos às legendas inscritas sobre as crateras lunares nomeadas, vamos ficar a saber um pouco mais sobre a morfologia desta zona.



Lua 20040920 às 20H20

As 3 crateras maiores mostram como ao longo de milhões e milhões de anos a superfície da lua foi sendo bombardeada em impactos de diferente magnitude e momento. Assim, Theophilus, aparenta claramente ser a mais recente pelo recorte acentuado das suas vertentes e definição dos picos centrais. Por outro lado, é também notório que como resultado da magnitude do impacto, as vertentes a Sul da cratera sobrepuseram-se às de Cyrilus.


Embora pouco perceptíveis, Cyrilus tem igualmente 3 picos centrais, contudo, por ser um pouco mais “idosa” que a cratera anterior, eles apresentam-se menos destacados da superfície interior da cratera, que se encontra coberta pela projecção de materiais resultantes do impacto ocorrido em Theophilus.
Comparativamente, às superfícies destas crateras, Catharina tem a sua arrasada de detritos e com marcas de ter sofrido vários impactos de maior ou menor magnitude. Este facto, permite-nos afirmar que, das três formações em análise, Cyrilus será a mais antiga, devendo a sua origem situar-se num tempo em que a superfície da Lua era objecto de intensos bombardeamentos de asteróides e cometas que, entretanto, foram diminuindo de frequência e dimensão.

No sítio poderão encontrar uma foto mais nítida.

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Perder o Norte!

A Estrela Polar, como é conhecida pelo comum dos mortais, ou Alpha Ursa Minoris como também é conhecida pelos astrónomos que assim a incluiram no espaço que definiram para todas as estrelas que caem dentro das fronteiras da Constelação da Ursa Menor, coincide com o Pólo Norte terrestre. A Polaris é também assim chamada ( e não a defino por mais outras tantas designações e nomenclaturas) por coincidir o Pólo Norte Celeste com o eixo de rotação da Terra.
Enfim, não exactamente pois existe uma ligeira diferença na ordem dos 4º.

A estrela pertence a um tipo de estrelas denominado Cefeides, as quais têm como característica ligeiras pulsações, que se reflectem nas variações da sua luminosidade, que ocorrem em períodos curtos. No caso da Polar esse período é de 3.97 dias.

Voltemos à história ...

No início da década de 80 do século passado, após terem vários anos a acompanhar o vai-vém das variações periódicas da Polar chegaram à conclusão que a sua luminosidade e período de variação estavam a diminuir, e que, a manter-se aquele enfraquecimento, deixariamos no início deste século atribulado de poder seguir as suas variações, quiçá, a própria estrela desapareceria. Mas, esta parte final, já sou eu a dramatizar o vocábulo.

Eis senão quando, com todos já preocupados com a perspectiva de também no céu se perder o Norte, um outra equipa de astrónomos, a acompanharem as pulsações da Estrela Polar desde 1995, registou desde o início deste ano uma tendência para ganhos de luminosidade e duração no período.

Com a explicação de que estas alterações se ficarão a dever a uma fase subtil na evolução da sua estrutura interna, o que também não explica muito mais ... podemos ficar mais sossegados e continuar a pensar que o céu, ao contrário do que parece acontecer em "algumas terras" não perdeu o seu Norte...

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

De volta ao Blog.

Olá.

Durante quase um mês afazeres vários impediram-me de continuar a edição do Luzeiro, contudo aqui estou de novo para o manter vivo.

Um Abraço e até amanhã.

Mário Santos

terça-feira, 7 de setembro de 2004

Missão Genesis - Parte II e Fim

Final

Desde 2001 colocada a cerca de 1,5 milhões de quilómetros do nosso planeta, num ponto equidistante da Terra e do Sol em que a nossa atmosfera e campo magnético não introduzem influências no fluxo do vento solar, a Genesis retorna à Terra amanhã, dia 8 de Setembro, numa manobra circense devidamente coreografada e não menos mediatizada, na qual helicópteros da Força Aérea Norte-Americana irão “pescar”, sobre os céus do Estado de Utah, os colectores com os sopros do vento solar recolhidos pela Genesis durante 3 anos.




Pesando cerca de 636Kg a Nave Genesis transportou 4 instrumentos científicos fundamentais para o sucesso desta Missão: um colector de partículas construído com materiais como diamantes, silicone, safira e ouro; um analisador de iões para a recolha de informações sobre a velocidade, densidade, temperatura e composição (aproximada) do vento solar; um analisador de electrões para realizar o mesmo tipo de pesquisa anterior e um concentrador de iões, que das várias partículas transportadas pelo vento solar, isolará os de oxigénio e nitrogénio.


Um dos Colectores Solares

A Genesis expressa a ansiedade da Comunidade Científica na pesquisa e comprovação da Teoria da Nebulosa Solar que, actualmente, se esforça por explicar a formação do Sistema Solar.
Esta Teoria entende que em resultado da explosão de milhões de outras estrelas há muitos milhões e milhões de anos-luz, uma gigantesca núvem de poeira cósmica e diferentes gases à deriva pelo espaço sideral terão, num determinado momento e sem outras causas senão o efeito gravitacional dos corpos, entrado em contracção sobre si mesmos, formando o Sol e libertando massas e gases para a sua periferia.

Depois de mais alguns milhões de anos terão surgido os planetas sólidos: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte, e os planetas gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno, os cometas e os asteróides e todos os corpos que orbitam em torno da estrela Sol.
Obviamente, nós incluídos.

Segundo a NASA, o objectivo principal da Missão Genesis é desvendar o mistério da existência de diferentes isótopos de oxigénio no Sistema Solar. Segundo os cientistas envolvidos na definição desta Missão, resolver este mistério é, então, explicar a formação do Sistema.




O Sol, em 5 milhões de anos de existência como ser vivo auto-suficiente, manteve em si mesmo todas as componentes que deram início a este mistério.
Nós, seres simples, breves e dependentes, pretendemos nas próximas dezenas de anos desvendá-lo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2004

Novo Livro de Guilherme de Almeida

Aparece hoje nas bancas e livrarias de todo o Portugal um novo livro de Guilherme de Almeida.




O seu título é Telescópios e aqui, no sítio do Pedro Ré, poderão encontrar a sua apresentação: http://www.astrosurf.com/re/telescopios.pdf

Mais tarde darei conta das minhas opiniões.

domingo, 5 de setembro de 2004

Missão Genesis - Parte I




Introdução

Lançada a 8 de Agosto de 2001 e após permanecer 3 anos e um mês no espaço e de ter percorrido mais de 32 milhões de quilómetros, no próximo dia 8 de Setembro regressa à Terra a Missão Genesis.

A Genesis, uma missão robótica da NASA, efectuou observações do Sol e recolheu partículas do vento solar para futura análise no nosso planeta.
O infinitesimal tesouro que foi tragado pelos seus colectores, irá alimentar a pesquisa científica das próximas dezenas de anos.
Na tentativa de explicarmos a composição exacta da nossa Estrela e da formação do Sistema Solar, esta pesquisa que se irá realizar em vários centros de investigação, está ainda a aguardar pelo domínio de algumas técnicas e procedimentos de investigação avançada, pelo que os resultados finais talvez surjam para as primeiras décadas de 2100 …

Segundo um dos gestores da missão, a informação recolhida poderá constituir-se na Pedra de Roseta que definitivamente desvendará a evolução do sistema solar.
De facto, através das amostras recolhidas, aproximadamente 0.004 gramas e 10 a 20 iões, os cientistas

aproximar-se-ão das condições existentes ao tempo da formação da núvem interestelar que se condensou no Sistema Solar em que vivemos.

sábado, 4 de setembro de 2004


Pó de Estrelas.

segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Missão Cassini - Huygens - Parte XII


NASA/ESA/ASI Posted by Hello

A imagem acima mostra-nos Titã envolta numa fina névoa.
Obtida através de um filtro sensível à luz ultravioleta foi possível fazer surgir duas camadas na alta atmosfera da lua de Saturno.
Na névoa, situada a cerca de 400km da superfície, as moléculas de metano e nitrogénio, reagem formando partículas mais complexas de carbono e hidrogénio. Como estas são mais sensíveis a comprimentos de onda mais baixos, na ordem dos 383 nanómetros, a sua observação só é possível no ultravioleta.
De modo a que este processo químico fosse observado no espectro do vísivel a cor da névoa foi saturad. Manteve-se a cor da superfície de Titã

quinta-feira, 26 de agosto de 2004

A lua em 23 de Agosto - Parte III e Final

As notações inscritas na fotografia que apresentei na parte I, representando um conjunto de formações que foram escolhidas de forma aleatória, têm o curioso particular de incluir uma formação geológica baptizada com um nome conhecido dos Portugueses.

As formações entrevistas na foto representam também uma zona do chamado Mare Imbrium, uma imensa extensão relativamente plana com cerca de 830.000km2, cravada de crateras e falhas geológicas e bordejada por cordilheiras e montes, que encerram as lavas expelidas do interior da Lua em resultado dos tremendos impactos de que o nosso satélite natural foi alvo durante milhões de anos.
Diria que, pelo aspecto do “queijo”, antes ele que o nosso.


Canon PowerShot S1 IS f/4.5- 1/50s Posted by Hello

A zona escolhida, uma das muitas presentes sobre o Terminador, nome que se dá à linha divisória clara/escuro resultante do ângulo de incidência da luz do Sol na superfície lunar e da nossa posição face à órbita da Lua em torno da Terra, a zona escolhida, dizia eu, situa-se sobre a nossa direita , quando olhamos para Mare Imbrium, na fase de Quarto Crescente ao 7º Dia do Mês Lunar.
Este Mare, mais as formações aqui abordadas, embora sem o detalhe da fotografia, é passível de observação com uns binóculos de 10x de aumento.

Enfim, relembrando as formações escolhidas, e por outro lado julgando fastidioso detalhar as suas características de forma exaustiva, será curioso notar o baptismo de uma cratera com o nome do famoso aviador brasileiro Alberto Santos-Dumond.
Encostada sobre as vertentes da cordilheira dos Montes Apeninos e sobre o maciço de Fresnel, a cratera Santos-Dumond cobre uma área de cerca de 64km2 , sendo contudo desconhecida a sua profundidade.
Pela observação das fotografias até hoje obtidas, nas quais não se inclui a minha, reconhecem-se as suas paredes elevadas e escarpadas e a forma circular da abertura.

Para mais informações procurem os sítios:

Lunar and Planetary Institute
http://www.lpi.usra.edu/
Missão Clementine
http://www.cmf.nrl.navy.mil/clementine/
ALPO Lunar Section http://www.lpl.arizona.edu/~rhill/alpo/lunar.html
Vistas do Sistema Solar: http://nautilus.fis.uc.pt/astro/mirror/solar/portug/moon.htm

quarta-feira, 25 de agosto de 2004

A Lua em 23 de Agosto - Parte II

Na observação do firmamento, não necessitamos de ficar à espera que os fotões, emitidos à milhares de anos-luz por um qualquer objecto celeste, cheguem até nós, ou que Saturno, Júpiter, Marte, Vénus ou Mercúrio estejam no melhor ponto da sua órbita quando os observarmos.
Para usufruir de uns bons momentos de prazer e maravilhamento, não precisamos de ter acesso às formidáveis fotografias do Hubble ou a telescópios com enormes aberturas, comprados na loja mais especializada da freguesia que nos permitam ver nebulosas e galáxias, enxames e estrelas duplas.
Podemos começar de forma simples, barata e igualmente gratificante por observar a Lua.

De que é que necessitamos?
Bom, se não tivermos um par de binóculos dos bons, podem ser uns manhosos comprados na loja do chinês ali na esquina, e se não tivermos binóculos podemos ainda olhar a Lua.
Ou tão somente “andar na lua”...
Pela sua dimensão, cerca de 3500km de diâmetro, e proximidade da Terra, uma distância média aproximada de 385000 quilómetros, a Lua constitui-se num óptimo e inesgotável filão de informação da dimensão angular da largura de um lápis à distância de um braço esticado.
É também um óptimo motivo para empreender um percurso pelo caminho das teorias que experimentam fazer a simplificação da criação científica das coisas que apercebemos no nosso quotidiano.

A Lua é um objecto à dimensão humana.
Talvez porque faça parte dos nossos melhores sonhos e devaneios.
Talvez porque a beleza sideral esteja tão próxima de nós.

A Lua, é também o objecto celeste que melhor se posiciona para ser observado da minha varanda de subúrbio, fortemente poluído pela iluminação pública que desperdiça energia paga pelos contribuintes … e da sua varanda, não se vê?

Apesar de tudo, a fotografia foi obtida com um telescópio de 203mm de abertura e uma distância focal de 2000mm, sendo comandado por um software possuindo uma base de dados onde não se incluía …

terça-feira, 24 de agosto de 2004

A Lua em 23 de Agosto - Parte I


LX90 + Webcam Philips ToucamPro 740K
259/600 frames; 1/25; 20frames/seg

QuickCam Focus + Registax + IrfanView

Clique na Imagem Posted by Hello

quinta-feira, 19 de agosto de 2004

Missão Cassini-Huygens - Parte XI


NASA/ESA/ASI

Com data de 20040703, a nave Cassini mostra-nos esta imagem da lua Mimas em órbita 185600 quilómetros acima das núvens de Saturno.

A lua Mimas com 398km de diâmetro, apresenta a sua superfície com muitas crateras resultantes de inúmeros impactos. A cratera Herschel tem um diâmetro de 130km com 10 de profundidade.

Para melhorar a percepção deste objecto na imagem acima, refira-se que cada pixel é igual a 10km
.
Posted by Hello

segunda-feira, 16 de agosto de 2004

Missão Cassini-Huygens - Parte X

Mais Lua, menos lua …

Em mais uma órbita de Saturno, a nave Cassini ajudou a descobrir e a acrescentar mais duas luas às 31 antes existentes. Mas, com toda a certeza, até ao final da Missão este número subirá, pondo em causa a definição pouco menos que subjectiva para que um objecto se torne na lua de um planeta.

Na sequência do estudo das imagens recebidas, os dois objectos agora detectados apresentam diâmetros consideravelmente baixos quando comparados àqueles que habitualmente imagino quando figuro na minha mente uma lua.
Um dos objectos terá de diâmetro 3km enquanto outro terá 4 quilómetros. Orbitam Saturno entre as órbitas de luas maiores, Mimas e Encelados, e a uma distância de 211000 km de Saturno.
Concerteza que no tempo de Galileu ninguém se interrogou se existiriam mais objectos para além daqueles que ele descobriu em torno de Júpiter. Só por si, esses poucos já deram água pela barba às mentes retorcidas dos obscurantistas da Santa Inquisição e muitos apertos ao astrónomo do séc. XVII. Nos nossos dias interrogamo-nos sobre a definição que deverá presidir à denominação de lua de um planeta.
Entre outras questões, uma poderá ser o facto de estarem contabilizadas mais de 120 no nosso Sistema Solar, outra poderá ser a subjectividade na definição da dimensão do objecto.
Certo é que para ser lua terá de orbitar um planeta e fazê-lo numa trajectória, mesmo que muito elíptica, em torno de um dos planetas do sistema.

Outro aspecto interessante deste achamento foi o facto de estas luas se encontrarem não entre os espaços vazios dos anéis, como os modelos teóricos prediziam, mas entre as órbitas de dois objectos de maior dimensão orbitando Saturno, Mimas e Encelados.
Mesmo assim, e tendo em conta a sua dimensão e posicionamento orbital, simplesmente estas duas novas luas já deveriam estar reduzidas a destroços e dessa forma incorporadas nos vários anéis.
E, então, porquê? Porque as trajectórias dos cometas do Sistema Solar há muito deveriam ter sido secantes e tangentes comos dois “calhaus” agora descobertos.
Esta descoberta acaba assim por colocar em discussão uma interrogação:
Será que existirão assim tantos cometas no nosso Sistema Solar capazes de andarem aos encontrões com outros corpos celestes?

Pela minha parte espero que sejam bem poucos aqueles capazes de atingir a Terra ...

quinta-feira, 12 de agosto de 2004


Constelação de Delphinus Posted by Hello

A Constelação do Golfinho

Na entrada do dia 31 de Julho mostrei aqui a foto que tirei da Constelação do Golfinho aquando da minha presença no Astrovide.
Hoje vou reunir um pouco mais de informação sobre ela. Abaixo apresento a mesma foto, sendo que as principais estrelas estão notadas pela sua designação e respectiva magnitude aparente.

Mesmo em ambiente de poluição luminosa urbana, se olharmos para o céu e procurarmos o nosso zénite encontraremos realçadas as estrelas de maior luminosidade do chamado Triângulo de Verão: Vega em Lira (Lyra), Deneb em Cisne (Cygnus) e Altair na Constelação da Águia (Aquila).

Se se reparar nos números que seguem por debaixo da denominação das estrelas, notar-se-à que o conjunto possui uma magnitude que em céu urbano, ou mesmo de subúrbio, o torna muito ténue.
É então provável que a pequena Constelação do Golfinho não seja facilmente observável ou até nem sequer entrevista nestas condições.

A estrela Alpha Delphinus, com uma luminosidade "real" calculada na ordem de 138 vezes superior ao nosso Sol, encontra-se a cerca de 241 anos-luz. A estrela na ordem de grandeza seguinte, Beta, estará localizada a cerca de 97 anos-luz e a sua luminosidade será superior à do Sol em 25 vezes.
Se compararmos estes valores com as 3 estrelas do Triângulo de Verão veremos, por exemplo, que Vega, a mais brilhante e a mais próxima das três, se encontrará a cerca de 25 anos-luz mas a sua luminosidade é 44 vezes superior à do Sol.

A foto foi tirada com uma exposição de 15" a F2.8.
Deixo ficar uma ligação ao sítio do Clube de Astronomia da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, onde poderão encontrar mais informação sobre esta Constelação
http://www.ga-esec-pinheiro-rosa.rcts.pt/constelacoes_antiga/delfim.htm




James Rosenquist em Bilbao

No nosso passeio de férias pelo Norte de Espanha e na visita que fiz ao Museu Guggenheim de Bilbao, deparei com uma Exposição Retrospectiva da obra de James Rosenquist.
Sem outras competências que não sejam as ditadas pela impressão que deixou nos meus sentidos e no "diálogo" que as obras observadas em mim mantêm, deixo desde já aqui a recomendação da visita a outras fontes para quem pretender melhor fonte de informação

Deixo também um excerto de apresentação ao trabalho de Rosenquist "Star Thief" (1980) e "The Stowaway Peers Out at the Speed of Light" (2000):


"The Stowaway Peers Out at the Speed of Light"

"The star is the original attraction or goal. Once you reach the star, you make a diversion because you can't see further than before. So the star is the "thief" that brings you to all places you didn't originally plan to go."

Como efeito do visionamento de algumas das obras de Rosenquist pessoas há que choram ou riem.
Soube de alguém que abandonou a sala com vertigens ...

segunda-feira, 2 de agosto de 2004

Não! Não sou o Único a olhar o Céu!



Póvoa do Varzim, 20040801 Posted by Hello

sábado, 31 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 8 e fim

As pessoas e as viaturas iam juntando-se em torno da área delimitada pelos funcionários da Câmara de Castelo de Vide para que a observação pudesse decorrer sem problemas de intromissão de estranhos ao evento.

Terminado o jantar e sem mais conversa também nós transportamos os nossos equipamentos para a zona de observação.
Contudo, tão rápido ali chegamos assim as nuvens começaram a encobrir o céu…
Apesar de tudo insisti em montar o LX90, afinal na verificação que fizera de manhã tudo parecera correcto … haveria que testá-lo.
E pronto, depois de várias tentativas de novo a mesma e exasperante mensagem de alinhamento incorrecto. Nestas como noutras situações o melhor é aguentar firme a contrariedade e esperar que a calme retorne, para então noutro tempo e lugar tentar de novo. De qualquer das formas, o céu estava a encobrir e já muitos se questionavam se deveriam ir dormir ou ficar a aguardar por uma aberta.



Constelação de Delphinus

Enfim, fomos daqueles que decidiram ir dormir e fizemo-lo pouco depois das 0h30 de domingo.
Mais tarde viemos a saber que o céu abrira por volta das 02h30 e permitiu observação durante cerca de 2 ou 3 horas.

Certos que não será por uma meia noite de céu encoberto que o Astrovide não deixará de se realizar, metemos o “Roncinante” á estrada e rumámos ao Porto, desejando que o ano passe depressa e que Julho de 2005 nos traga de volta ao Astrovide e às Terras de Castelo de Vide.


O Tejo em Vila Velha de Ródão

sexta-feira, 30 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 7

Depois da espreitadela pelos Coranado PST e ainda uma sortida às bancas da perseu e da BrightStar, resolvemos avançar para o jantar que seria junto da Barragem.

No parque de merendas, também próximo do local de observação e do improvisado parque de campismo, colocou a Organização uns assadores a carvão e pranchas de madeira corrida onde podiamos colocar os pratos de plástico que podiam ser cheios de Arroz com míudos, salada, pão, entrecosto, febras, entremada, enfim, um bom e saboroso jantar ... Diga-se que pois do "vigoroso" almoço no Restaurante D. Pedro, nem sei como consegui no intervalo de poucas horas tornar a comer ...

O pôr-do-sol iniciou-se pouco antes de nos sentarmos à mesa.




quarta-feira, 28 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 6

Depois de uma passeata e um reconfortante descanso no fresco Jardim central, voltei à sala das conferências.
A assistência mantinha-se atenta. Forasteiros e muitos alunos do Secundário. Alguns professores e outra gente interessada naquelas coisas, ou só consumidas pelo calor e que tivessem ali entrado em busca de sombra e descanso.

Na entrada da sala dois dos comerciantes de artigos de astronomia tinham montado os seus stands: a Perseu de Lisboa e a BrigthStar de Bustos. Algumas novidades antes só apreciadas nos sítios online das lojas, mas também demonstrações quase à vontade do freguês.
No exterior do edíficio, a Perseu apresentava um novo telescópio da Coronado e um filtro Halpha, ambos para observação do Sol.
Naturalmente que demos a nossa espreitadela nestas propostas.
De facto olhar o Sol através do PST e/ou através de um filtro Halpha torna a nossa estrela muito mais atraente. Conseguimos apreciar alguns flares e uma das manchas em circulação.
O custo destes telescópios até não é, relativamente, muito elevado, contudo o Sol não é um astro que me entusiasme muito. De qualquer das formas como tenho o filtro que construí para o Trânsito de Vénus, ,para a observação solar que faço, ele satisfaz as minhas necessidades actuais.

Para quem quiser ver e ficar a saber como é, o melhor é passar pelo Sítio do Pedro Ré:

http://www.astrosurf.com/re/sun_halpha_pst_20040717.jpg
http://www.astrosurf.com/re/pst_coronado.jpg

terça-feira, 27 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 5

Algumas Fotografias de Castelo de Vide





E uma sombrinha àquela torreira é fundamental



Castelo de Vide é uma das Terras Portuguesas mais bonitas que eu pude disfrutar.
A limpeza, a hospitalidade, a gastronomia, a Cultura, enfim, é linda e recomenda-se e espera-se que não seja adulterada a troco daquilo que noutros pontos do Pais se denomina por evolução e progresso, como eufemismo moderno para a burrice de uns e o alheamento de todos nós.





Astrovide 2004 - Parte 4

Dia 17 de Julho de 2004
 
Demorei mais do que os outros a acordar .... por sorte a minha tenda ficou bem localizada, protegida do Sol da manhã por um par de frescas árvores.
 
Mantivemo-nos os 4 em conversa amena até à hora de almoço. Aproveitei este tempo para verificar qual a causa de não me ter sido possível alinhar o LX90 na madrugada. Encontrei, ou pelo menos pensei que encontrei: a hora do local adiantara-se relativamente à real. Estranho ... Enfim, esperei que fosse esta a razão e verifiquei todos os outros parâmetros.
Já que estava numa de bricolagem, tratei da saúde ao "Roncinante". Apertei as porcas e os parafusos ",  vi-lhe as entranhas, avaliei o nível do óleo, fiz-lhe umas festas no intercooler e agradeci-lhe ter-nos trazido até ali sem precalços, ficando-lhe obrigado ao mesmo desde que nos retornasse sãos e salvos.
 
À hora que o estômago achou conveniente metemo-nos nos carros e rumámos para o centro da Vila.
Uma volta pela Praça principal e dámos de caras com outros participantes: o Rui Tripa, o Grom, o Hugo Silva
A nós, que já eramos muitos dentro do Restaurante D.Pedro, juntou-se ainda o Pedro Mota e a esposa e o filho.
 
Um local a fixar Restaurante D.Pedro. Boa cozinha regional na lista, carnes e peixe bem confeccionados, quantidades bem ajustadas, uma cardápio de vinhos que iam além das marcas alentejanas e próximas. Ambiente acolhedor, asseado, fresco, com atoalhado e guardanapo a condizer. Um pequeno senão:a serventia pareceu-me um pouco desatenta à clientela ....
 
Atravessamos a rua, esticámos as pernas pela calçada, entrámos na Casa da Cultura onde o fresco ambiente permitia que as palestras se fizessem em excelentes condições.
 
O Programa oferecia os seguintes temas e oradores:
 
15h 30m – Pedro Ré – Trânsito de Vénus
16h 15m – Guilherme de Almeida
– Telescópios
17h 00m – José
Matos – Rover Revolution

Ao intervalo fazia-se uma Observação Solar e depois continuava-se com:
 
18h 30m – José Augusto Marques – Sistema Solar
19h 45m – David Nunes – Robots Exploradores
 
Os palestrantes que me desculpassem, mas o Arroz de Pato, bem regado com um tinto local e da casa, barrava-me a amplitude focal ...  daí que, mesmo à torreira do meio da tarde,  tivesse saído para dar uma volta pelas redondezas.
 
 

domingo, 25 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 3

O Sítio de Observação do Astrovide 2004



Aspecto da Barragem de Póvoa e Meadas



os verdadeiros donos do local:  as Cegonhas e a Garça


sábado, 24 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 2

O Luís manobrava o portátil, orientava o Takahashi e "puxava" pela Atik na busca dos melhores "takes" da Nebulosa da Hélice, NGC 7293.

O Nuno calmamente passeava os seus binóculos e maravilhava-se com a magnitude fornecida pela quase inexistente poluição luminosa do local.

O Rui desmanchava a traseira do "Roncinante" em busca de contrapesos e oculares, diagonais e barlows, filtros e baterias.

Eu? Bom, eu só desejava que o LX90 alinhasse e me desse aquilo que pretendia... mas não.
Depois de várias tentativas recusadas pelo "amigo dos preguiçosos" do céu, acabou por me dar só algumas vistas da Constelação da Águia mas em movimento de estrela-em-estrela.

Decidi dar-lhe descanso. No dia seguinte veria o que se passava...

Tirei a câmara e foto aqui foto acolá, foi percorrendo a Constelação da Águia e a do Cisne que se encontravam bem altas.

O Rui e Nuno terminaram a montagem do LXD e podemos entreter-nos.
O Luís tinha um cadeira de descanso fantástica e  com a ajuda dos seus binóculos Fujinon observar a Galáxia de Andrómeda.

Acabei com a sessão, murchito por força das negas do LX, por voltas das 04h00.

O Rui e o Luís ainda ficaram até às tantas.

Se quiserem ver o trabalho do Luís Carreira nesta noite e nas seguintes vão até ao sítio dele. Vale a pena.

http://astrosurf.com/carreira/obs2004_07.html#20040717



sexta-feira, 23 de julho de 2004

Astrovide 2004 - Parte 1

 
 
  Ficou então combinado, iríamos juntos e  sairíamos às 19horas de 6ªfeira , dia 16, para ainda durante a madrugada de sábado, dia 17, podermos disfrutar do céu da Barragem de Póvoa e Meadas.
À partida, o céu sobre a VCI era negro como o breu do asfalto, tanto como o pára-arranca "
A animação misturava-se com a esperança de que o céu alentejano  não nos frustrasse a viagem, contrariando as negras perspectivas que a passagem sobre a Ponte da Arrábida revelou no horizonte da Foz.
 
O Rui fazia a sua primeira participação no Astrovide, eu e o Nuno faziamos a nossa segunda observação em grupo do ano. Sim, eu sei, mas as coisas são como são e não é por isso que o nosso entusiasmo na Astronomia Amadora diminui.
 
O "Roncinante", carregado de telescópios tendas sacos de dormir oculares binóculos câmaras fotográficas bancos mesas de campismo tripés fotográficos computadores portáteis e o que mais não lembra, fazia o seu papel de fiel companheiro das minhas viagens pelo Universo e marchava down south como um relógio suiço. O conta quilómetros marcava 120 e às vezes 110.
 
Parámos em Pombal para dar "palha" ao bicho e comermos uma bucha. Coisa rápida e plástica para que chegassemos rápido, de preferência antes da noite acabar.
 
Começou a morrinhar depois de sairmos da estação de serviço. Continuou a piorar até à Serra de Aire e dos Candeeiros e já "rezavamos" para que a coisa parasse por ali. A verdade é que em algum sítio os nossos impropérios foram ouvidos e deferiram-nos tempo claro e seco já na descida para a A23. Fixe!
 
Telefonamos ainda ao Acácio Lobo dizendo-lhe que estavamos atrasados e que iríamos directos ao sítio de observação. Sossegou-nos sobre o tempo que fazia e continuamos, mais aliviados, até Castelo de Vide.
 
Chegámos à Barragem às 23h40 e já lá se encontrava o Luís Carreira ....



quinta-feira, 22 de julho de 2004

A Small Step ...

Recordo esse momento estranho de há 35 anos atrás: A Chegada do Homem à Lua.

Ainda se festejavam as vitórias do Benfica, a excelência de Eusébio, e a Selecção Nacional do Mundial de Londres 66.
A Televisão aparecia em nossas casas, mas as famílias ainda tinham outros hábitos. As crianças, a criança que eu era nessa altura, ainda não colocavam de lado o pião, e a "sameira", o "bogalho", as "cóboiadas", etc.
O Futebol, o Hóquei e o Ciclismo eram o nosso entretimento.
Só mais tarde é que se tornaram uma chatice as Peregrinações a Fátima, as declarações ao País do ditador Salazar, as "ensagens de Natal dos Soldados na Guerra do Ultramar", as sessões de fado, as touradas da RTP, o Festival da Canção, a repressão estudantil, a queda e a morte do "Botas", as "Conversas em Família" do segundo ditador Marcelo.

Olhar num televisor o Neil Armstrong a colocar o pé na Lua e a dizer aquela frase ensaiada, ver aquela imagem tecnicamente deplorável e fantasmagórica, ouvir os comentários de assombro ou dúvida aos familiares e conhecidos, e os eventualmente técnicos de Eurico da Fonseca, não me fizeram esquecer, trinta e cinco anos depois, o maravilhamento que na altura senti.
Parecia um filme, um bom filme de ficção científica.

Contudo, de novo olhando para trás e tentando, ao mesmo tempo, relembrar os 35 anos posteriores de espectaculares realizações humanas, acho agora que foi, realmente, um pequeno passo.

Como todos os pequenos passos que damos.

Cada um deles fazendo-se acompanhar de uma sensação de plenitude e abertura na espiral de um caminho que vale a pena viver.



quinta-feira, 15 de julho de 2004

Aí está o ASTROVIDE 2004 !!!!

Vai realizar-se neste fim-de-semana o Astrovide 2004.

O Astrovide é um Encontro de Astrónomos Amadores que se vem realizando desde 2002 em Castelo de Vide e que este ano se irá desenrolar nos dias 17 e 18 próximos.

Patrocinado pela Câmara Municipal e organizado por Acácio Lobo e Equipa, o Astrovide oferece um conjunto de eventos cuja a qualidade tem merecido a entusiástica adesão da Comunidade de Astrónomos Amadores Nacional e da População local.

Na Astronomia, o Astrovide compõe-se de duas partes, uma com palestras sobre assuntos temáticos inerentes e, pela noite dentro, uma Sessão de Observação na Barragem de Póvoa e Meadas, a qual, pelas condições meteorológicas e localização específica do sítio de instalação dos telescópios, tem oferecido quase excelentes condições para o maravilhamento das largas dezenas de Astrónomos e curiosos, que fazem longas filas para aproveitarem de uma espreitadela nas janelas que se abrem para o Sistema Solar e Céu Profundo.

A componente social não é esquecida e, para além das variadas ofertas da Gastronomia Regional disponíveis nos cardápios dos restaurantes e pastelarias, no dia 18 de manhã, está agendada uma visita guiada pelo Centro Histórico da Vila.
Um saboroso caldo de cultura aonde é possível tomar conhecimento do rico legado histórico existente.

Como é natural nós, adeptos indefectíveis do Astrovide, vamos estar lá este fim-de-semana e convidamos vivamente todos aqueles que poderem deslocar-se a Castelo de Vide para se associarem a esta iniciativa de grande qualidade na divulgação da Astronomia Amadora e da Cultura e História de Castelo de Vide.

Mais informação e Programa do Astrovide 2004, no sítio do Acácio Lobo.

http://alobo.astrosite.net/encontro2004.htm

terça-feira, 13 de julho de 2004

Estação Espacial Internacional

Ontem, pelas 21H50 e durante quase 5min., estive a contemplar a passagem da Estação Espacial Internacional.

É um espectáculo maravilhoso pelo significado que lhe atribuo: Um dos melhores expoentes da nossa capacidade de realização e superação de dimensão enquanto espécie.

Para além dos aspectos filosófico-metafísicos que a afirmação anterior implica, na ISS (International Space Station) questões práticas da exploração espacial continuam a ser avaliadas.

A tripulação actual, Gennady Padalka e e Mike Fincke, dedicam-se a experiências sobre os efeitos da microgravidade sobre o Corpo Humano exposto a estas condições durante largos períodos de tempo.
Esta semana estiveram a testar meios de comunicação remota face a acidentes ou doenças que afectem seres humanos em áreas onde a assistência médica seja inexistente, recorrendo ao diagnóstico produzido em colaboração com um centro médico.
Concerteza que, para além dos aspectos imediatos da exploração espacial, esta experiência também dará um certo jeito em áreas de combate militar, onde obter aconselhamento médico e intervenção através da TeleMedicina será, porventura, factor de vitória.

Estão também em curso avaliações decorrentes de algum mau funcionamento no sistema de arrefecimento dos fatos espaciais usados aquando das surtidas dos astronautas ao exterior da ISS. Um simulacro de incêndio bem como a prontidão para o seu combate, será executado esta semana.

Estas e outras notícias, bem como previsões para a passagem da ISS sobre o nosso céu em:
http://spaceflight.nasa.gov
http://pedro-felix.planetaclix.pt/

sábado, 10 de julho de 2004

QUEREMOS MAIS !!

O Jornal "Público" oferece-nos na edição de hoje uma excelente notícia.
Não, não é essa ... seja qual for a que estivesse à espera :-)

Trata-se de nos relatarem os perfis de 19 jovens Portugueses, alunos do Ensino Secundário, que vão estar envolvidos em várias Olímpidas de Conhecimento.

Assim, de hoje até ao dia 18 decorrem em Atenas, Grécia, as Olímpiadas de Matemática, a que se seguirão as de Física, de 15 a 23 de Julho, em Pohang na Coreia do Sul. Finalmente, Kiel, na Alemanha, receberá entre 18 e 26 deste mês os jovens concorrentes nas Olimpíadas de Química.

Eles e os seus Pais e os seus Professores e NÓS, estamos TODOS muito orgulhosos e esperamos que aproveitem a oportunidade.

QUEREMOS MAIS!!
QUEREMOS MAIS!!

Missão Cassini-Huygens - IX

Mais sobre Titã ...

O maior satélite do nosso Sistema Solar é Ganimedes, a maior lua que orbita o planeta Júpiter.
Titá é o segundo maior satélite do Sistema Solar, sendo assim a maior lua de Saturno.

Tal e qual a nossa Lua, que tendo a sua rotação sincronizada com a da Terra nos apresenta sempre a mesma face, também no seu período de rotação de 16 dias Titã apresenta a Saturno sempre a mesma face.

Mais alguns dados ...


Distância média ao Sol - 1 427 000 000 km (a Terra 149 milhõeskm)
Distância média a Saturno - 1 221 870 km
Diâmetro da Superfície - 5 150 km (12 103km o Diâmetro da Terra)
Massa - 1/45 da Terra
Temperatura à superfície - 94Kelvin (-180ºC)
Pressão Atmosférica - 1500 mbar (1.5 a da Terra)
Composição da Atmosfera - Nitrogénio, Metano, Amonia, Argon, Etano

Se pudessem crescer nesta atmosfera pesada, gelada, pouco luminosa e regada com chuvas ácidas, de que cor seriam e que cheiro teriam os cravos titânicos ...

sexta-feira, 9 de julho de 2004

Missão cassini-Huygens - VIII

As primeiras espreitadelas em Titã ...



Há alguns dias atrás, mais precisamente a 5 de Julho, a Cassini-Huygens sobrevoou o satélite Titã e obtivemos as primeiras fotos, de que se reproduz aqui uma resultante da combinação de várias exposições a diferentes comprimentos de onda próximos do infra-vermelho. Foi possível então olhar mais de perto a singularidade de Titã e aperceber alguns detalhes da sua superfície.

Assim, na imagem da esquerda são visíveis manchas escuras relacionadas com zonas de água gelada, enquanto que as mais brilhantes indicarão áreas de gelo de outros compostos, eventualmente hidrocarbonetos.
Na imagem que se apresenta ao centro, obtida de modo a captar comprimentos de onda de luz com 2.8microns, a cor azul escura uniforme sugere que toda a superfície estará coberta por gelo.
por fim, a imagem da direita indica de novo a presença de zonas geladas com a presença de diferentes compostos.
A mancha mais clara, no pólo sul do satélite, será um aglomerado de núvens de metano.

A composição das imagens proporcionou uma outra de cores falsas, mas mais aprazível aos nossos olhos.

sexta-feira, 2 de julho de 2004

Missão Cassini-Huygens - VII

Exclamação em geito de espanto face A minha ignorância ...

"Manobra num sentido de progressão de baixo para cima relativamente ao plano dos anéis." ????

Missão Cassini-Huygens - VI

A Missão entrou em órbita.

Conforme esperado, às 02H30 U.T. de 1 de Julho, 03H30 em Portugal, a nave Cassini-Huygens iniciou a travessia do plano dos Anéis de Saturno.
Esta manobra, destinada a inserir a nave na órbita do planeta, foi executada num sentido de progressão de baixo para cima relativamente ao plano dos anéis.
A Cassini-Huygens atravessou os anéis F e G num ponto situado a cerca de 19000 km acima das núvens de Saturno.

Uns 25 min mais tarde, inicou-se uma manobra de afrouxamento de velocidade, tendo sido nessa altura accionados os dois propulsores principais que colocaram a nave em órbita pelos próximos 4 anos.
Para protecção do corpo principal do engenho espacial terrestre, esta foi posicionada de modo a que a sua antena principal funcionasse como escudo protector aos eventuais impactos de outros objectos orbitantes.
O sinal reportando o sucesso da manobra chegou a Terra passados 84 min, tanto quanto demorou a percorrer os 1500 milhões de quilómetros que nos separam de Saturno.
Se esta manobra tivesse fracassado a nave perder-se-ia e com ela 30 anos de trabalho.

Tendo em conta que a Cassini-Huygens não virá a estar mais próxima dos anéis, foram levadas a cabo um conjunto de observações e obtidas as primeiras fotos de extraordinário detalhe.

Para ver as fotos sempre mais recentes veja-se o sítio da equipa de registo e tratamento de imagens da Missão Cassini-Huygens: http://ciclops.lpl.arizona.edu

quarta-feira, 30 de junho de 2004

Missão cassini-Huygens - V

Tão Lindo!



Dentro de algumas horas, os propulsores da nave entraram em funcionamento e dessa forma a Cassini-Huygens entrará no campo gravitacional de Saturno ...

Não há palavras para tanta beleza.

Como eu gostava de estar naquele silêncio a observar o Senhor dos Anéis.

Missão Cassini-Huygens - IV

Pequena Biografia de Christiaan Huygens



Christiaan Huygens nasceu em Haia, na Holanda, em 14 de Abril de 1629 e faleceu em 1695.
Personalidade importante da sua época nas áreas da matemática aplicada, da mecânica e da óptica, a Huygens devemos os primeiros trabalhos sobre o cálculo do arco de uma parábola, o estudo do movimento pendular e a sua aplicação aos relógios, a conservação da energia cinética, a natureza ondulatória na propagação da luz e o desenvolvimento e a aplicação de procedimentos mais eficientes na fabricação de lentes e instrumentação de medida astronómica para a construção e uso de telescópios.

Na astronomia, e fruto da utilização de um dos mais potentes telescópios conhecidos na época, construído por si e pelo irmão, caracteriza detalhadamente, pela primeira vez na História da Astronomia, a superfície do Planeta Marte, nomeadamente a planície que mais tarde se haveria de chamar Syrtis Major bem como a calote polar sul marciana.

É das suas observações que resulta o primeiro entendimento do carácter sólido, corpuscular e circular dos anéis de Saturno, já entrevistos por Galileu.
Em 1655 descobre o segundo maior satélite do Sistema Solar e o maior orbitando Saturno.
Será em Titã que em 25 de Dezembro de 2004 pousará a sonda Huygens concebida e construída pelos Europeus.

terça-feira, 29 de junho de 2004

Missão Cassini-Huygens - III

Antecedentes à Missão Cassini-Huygens - Parte 2

A Pioneer 11 manteve-se próxima das núvens de Saturno, a uma distância de 20.000km, durante cerca de 2 semanas.
Neste período foi possível a descoberta de 2 anéis nunca antes vislumbrados, os Anéis F e G, bem como a detecção de um satélite com cerca de 400km de diâmetro na periferia do Anel A. Recolheu igualmente informações sobre a magnetosfera e o campo magnético de Saturno.
O sobrevoo do satélite Titã permitiu ficar a saber das baixas temperaturas que se fazem sentir na sua superfície.



As Voyagers 1 e 2 chegaram às imediações de Saturno, respectivamente, em Novembro de 1980 e Agosto de 1981.
Quando ambas foram arrancadas à atracção gravitacional do “Senhor dos Anéis” para prosseguirem-se a sua viagem adentro do espaço interestelar, deixaram-nos um enorme manancial de informação:

- a atmosfera de Saturno é composta quase unicamente por Hidrogénio e Hélio, sendo que a camada superior terá cerca de 7% de Hélio. A baixa quantidade encontrada poderá explicar a razão pela qual Saturno irradia mais energia do que aquela que recebe do Sol. Eventualmente, um processo de “afundamento” do Hélio nas camadas maioritariamente compostas por Hidrogénio originará a libertação de energia.
- Se comparada com Júpiter, o aspecto mais ou menos uniforme da atmosfera ficará a dever-se aos ventos que sopram predominantemente de leste junto do equador e também ao facto de as suas velocidades diminuírem deste para os pólos. A latitudes mais elevadas os ventos parecem soprar de forma alternada de Este e Oeste.
Alguns investigadores parecem acreditar que existirá também um movimento Norte/Sul nas camadas mais interiores da atmosfera.
- A magnetosfera estende-se por 1.1 milhão de km, cerca de 19 raios de diâmetro de Saturno;
- As temperaturas são baixas e poderão oscilar entre -191ºC e -130ºC
- A rotação de Saturno é de 10h 39m e 24s
- Dezassete novos Satélites foram descobertos pelas Voyager

Por fim, as Voyager partiram, buscaram por Urano e Neptuno, escapam-se aos limites do Sistema Solar, ultrapassaram já a distância antes percorrida pela Pioneer 11, estão mais longe do Sol que Plutão, percorrem 3.3 UA de distância por ano ….

Num disco de cobre banhado a ouro, contendo sons e imagens da nossa espécie e do Planeta Terra, um Bem-vindo em Português encontra-se lá longe, muito longe …


sexta-feira, 25 de junho de 2004

Missão Cassini-Huygens - II

Antecedentes à Missão Cassini-Huygens - Parte 1

A primeira nave espacial que circulou pelos arredores de Saturno foi a Pioneer 11.




Colocada no topo de um foguetão Atlas Centauro, a nave foi lançada do Cabo Canaveral, nos EUA, em 5 de Abril de 1973.
A Missão Pioneer 11 tinha em mente a recolha de informação sobre a Cintura de Asteróides, a observação dos efeitos produzidos pelas viagens através do Sistema Solar, o sobrevoo de Saturno e a continuação da viagem para o espaço exterior.



De facto, muito do que a generalidade das pessoas reteve do Programa Pioneer resume-se a uma recordação terrena que as Pioneer 10 e 11 transportam na sua viagem pelo espaço interestelar: uma placa de alumínio banhada a ouro com um conjunto de imagens gravadas, que nos deverão identificar como espécie na nossa Galáxia, habitantes do nosso Sistema Solar e no nosso Planeta …

Em 20 de Agosto de 1977 a NASA lançou a Voyager 2 e cerca de 2 duas semanas depois a Voyager 1. Ambas as sondas, um prolongamento do Programa Mariner de exploração interplanetária, visitaram Júpiter e Saturno, tendo a Voyager 2 efectuado ainda o sobrevoo de Urano e Neptuno.
O trajecto da Voyager 1 permitia ainda a passagem nas proximidades de Plutão mas a NASA decidiu que esta sonda efectua-se uma passagem mais próxima do satélite Titã de Saturno.
Também estas duas sondas ultrapassariam a fronteira do Sistema Solar, penetrando no espaço profundo para lá da Cintura de Kuiper, transportando sinais da nossa espécie e da nossa localização no Sistema Solar.

Os dois programas de exploração interplanetária enriqueceram o nosso conhecimento sobre o Sistema Solar e aumentaram as questões sobre o imenso luzeiro que cobre as nossas cabeças.

quinta-feira, 24 de junho de 2004

Missão Cassini-Huygens

A Missão Cassini-Huygens

Em viagem desde 15 de Outubro de 1997, a nave espacial Cassini-Huygens entrará na fase final de aproximação a Saturno no próximo dia 1 de Julho.



A Missão, concebida e realizada conjuntamente pela Agência Espacial Europeia, NASA e Agência Espacial Italiana, e ainda com o contributo de mais 17 países, permitirá um estudo recente e detalhado do Planeta dos Anéis e dos seus Satélites durante, pelo menos quatro anos.

Os objectivos desta Missão pretendem esclarecer um conjunto de dúvidas que se colocam aos astrofísicos, nomeadamente:
- A origem da energia emitida pelo Planeta, a qual é superior à que recebe do Sol;
- A origem e as cores dos corpos celestes que compõem os Anéis de Saturno;
- E haverá lugar à descoberta de novas luas?
- Sendo a mais reflectora das luas de Saturno, Encelados será que tem uma superfície “recentemente” formada?
- Qual a origem da matéria orgânica de cor negra que cobre Japeto?
- Quais as reacções químicas que ocorrem na atmosfera de Titã? Terá oceanos? E qual será a origem para a grande quantidade de metano em Titã?
- Existirão formas moleculares primitivas em Titã?

Christiaan Huygens (1629-1695), foi um Cientista Holandês, que em 1655, descobriu Saturno e os seus anéis e também o satélite Titã. A sonda Huygens, que é transportada pela Cassini, irá fazer o estudo do satélite Titan.
A nave espacial Cassini recebeu o seu nome do Astrónomo Francês, de origem italiana, Jean-Dominique Cassini (1625-1712), o qual, para além de ter descoberto os satélites Japeto, Rea, Tétis e Dione, em 1675, efectuou observações que levaram também à descoberta da chamada “Divisão de Cassini”, um intervalo de espaço aberto entre os milhares de objectos que circulam o grande planeta gasoso e formam os Anéis de Saturno.



Com esta entrada no Luzeiro, tentarei realizar um conjunto de informações gerais sobre a Missão Cassini-Huygens, o Planeta Saturno, os Anéis e o seu Sistema de Satélites.

sexta-feira, 11 de junho de 2004

Sítios para Vénus 20040608



Este Desenho é da Joana, de nove anos, de Lisboa.

European South Observatory – Sítio em Língua Inglesa
http://www.vt-2004.org

NASTAB – Núcleo de Astronomia de Barcelinhos
http://oficina.cienciaviva.pt/nastab/tvimages.html

Centro Multimeios de Espinho
http://www.multimeios.pt

Portal do Astrónomo
http://www.portaldoastronomo.org

Observatório Astronómico de Lisboa
http://www.oal.ul.pt/vt2004

Pátio da Astronomia
http://astrosurf.com/carreira/tv2004.html

Paulo B.G. Guedes
http://astrosurf.com/paulobg/sol2004.htm

Pedro Ré (sítio em Língua Inglesa)
http://astrosurf.com/re

quinta-feira, 10 de junho de 2004

Ainda o Trânsito de Vénus

Por esta hora já deixou de ser assunto.
Afinal, a raiz na importância da dimensão do efémero de qualquer coisa, será dada pela importância que lhe atribuirmos.
Hoje, para além da dimensão do nosso diálogo interior, e mesmo este, na coisa que não existe, já foi ou será, o papel da notícia determina a atenção e a importância que o negócio lhe atribui.
Se cativar muitos, tanto melhor, se poucos... não faz mal, amanhã haverá outro assunto e todos os dias alguém estará pronto a dar-lhe atenção. E todos os dias haverá notícia e o seu negócio.

Mas, afinal, que importância dar a este Trânsito de Vénus?
Alguém se lembrará do Trânsito de Mercúrio em 2003? Do Eclipse Lunar do mês passado? E do Eclipse Sol em 2005?
Será importante tentar acrescentar mais 30 menos 100 quilómetros à Unidade Astronómica conhecida?

Parece-me que sim, que a importância é grande, cada vez maior, e que apesar do interesse terceiro do poder dominador dos media, ele é determinante para que nos mantenhamos ciosos da descoberta de um método científico.
Que permita a notícia e desenvolva o negócio, mas que, também, trate de divulgar da razão das coisas, e de alargar o espaço do Eu e fazer compreender, aceitar não será para já, o espaço do Outro.

Sim porque 150 milhões de quilómetros são muitos quilómetros, e se a Terra é grande e um outro corpo se atravessa entre nós e o Sol que nos faz viver, sem que daí a sombra daquela árvore aumente, então ...
Então, se bem que não tanto importantes quanto a fonte que cria a sombra, bem menos efémeros quanto a notícia e o negócio, a raiz da importância ficará pelo uso e o fruto que tirarmos da transitoriedade das coisas.

quarta-feira, 9 de junho de 2004

O Dia em que Vénus se Atravessou

A seguir...

Em tempo nominal a construção do filtro solar foi rápida, realmente arrastou-se por vários dias devido aos inevitáveis imponderáveis do quotidiano.
Por fim o tão esperado dia 8 de Junho chegou.

Levantei-me as 03h30 para dar uma boleia ao Nuno Coimbra e seguirmos para a Serra de Valongo, sítio de onde julgávamos ter a melhor visualização do nascer do Sol. A nós juntar-se-ia também o Rui Santos.

Após várias peripécias (p.ex: assalto à garagem do meu prédio, “Chamem a Polícia! ” e enganar-me na saída da auto-estrada) acabei por ter o material montado a tempo e horas. O Sol já teria nascido mas nós ainda não o víamos.

A espera seria pouco demorada, mas dolorosa. Uma neblina cobria os montes a Este de Valongo. Interrogávamo-nos se isso se iria manter ou piorar as condições de observação. A Antena 1 anunciava chuva e trovoada para o interior.
Vindos de por detrás dos montes, farrapos de núvens estendiam os seus dedos brancos por cima do Valis Longus.

Por fim o Sol despontou sobre os montes.
Não há imagens nem palavras que possam alguma vez dizer da beleza do dia que nasce.
Estava para breve a razão da nossa presença naquela estrada poeirenta, aberta há pouco na vertente do monte.
Julguei sentir a excitação de cada um na forma como apontávamos para depois corrigirmos o posicionamento do telescópio, no cuidado com que inspeccionávamos os filtros de construção caseira, nas rezas que fazíamos a são pedro para se deixar de tricas e não nos negar aquela que seria a única oportunidade da nossa vida. Um verdadeiro teste.

Vagamente e acima da linha do horizonte definida pelos montes, o Sol erguia-se pleno e vermelho, coriscado de traços negros nebulosos

Então, como aprazado, às 5h20 do Tempo Universal, ou às 6h22 do meu relógio marca-pistola, vi-o.
“-Senhores, Eu vejo Vénus! Ali está ele! Em baixo. Reparem bem, agora!”

Uma alegria indescritível !!!

 
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