quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Festival do Documentário Científico


Organizado pelo Departamento de Física da Universidade do Minho e pela Câmara Municipal de Arcos de Valdevez , um Festival do Documentário Científico decorrerá nesta Vila do Alto Minho entre os dias 24 e 27 do presente mês.

Como filho adoptado pelas Gentes e Terras do Lima, mas sobretudo como consumidor de Ciência, merece-me esta iniciativa o relevo que o Luzeiro pode oferecer.

Abaixo segue o Programa do Festival, pela diversidade da temática e dos suportes de divulgação, e também pela beleza da Vila dos Arcos de Valdevez e saborosa Gastronomia Minhota, aconselho, viva e sinceramente, a visita.

PROGRAMA do FESTIVAL DE DOCUMENTÁRIO CIENTIFICO

Dia 24
- 15h00 Documentários
- 18h00 Sessão solene de Abertura
- 21h30 Documentário: Astronauta
- 22h00 Cinema: Epidemic, de Lars Von Trier (1987)

Dia 25
-15h00 Documentários
- 21h30 Documentário: Noites em Branco
- 22h00 Cinema: eXistenZ, de David Cronemberg (1999)

Dia 26
- 10h00 Filmes a concurso
- 11h00 Documentário: A Utopia do Padre Himalaya
- 12h00 Filmes a concurso
- 15h00 Documentário: A seta do tempo, de Yuri Bespalov (URSS, 1986)
- 16h00 Palestra: O paradoxo dos gémeos revisitado, de António Manuel Baptista
- 16h30 Debate: Noções de tempo
- 21h30 Documentário: Memória dos Capelinhos
- 22h00 Cinema: Fausto 5.0, de Álex Olle (2001)

Dia 27
- 10h00 Filmes a concurso
- 11h00 Documentário: Imagens de Ciência
- 12h00 Filmes a concurso
- 15h00 Debate: Dizer Ciência
- 16h15 Atribuição do Grande Prémio
- 16h30 Encerramento

Aproveitando também esta entrada, realce também para a
Semana da Ciência e Tecnologia que arranca na próxima 2ªfeira, dia 21..

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Venus Express



Andei uns dias ocupado e daí que não tivesse dado notícias.

Mas agora elas são boas!

A Venus Express foi lançada do Cosmódromo de Baikonur às 03h33, Tempo Universal, no passado dia 9.

Todo o programa de voo foi cumprido sem problemas e o expresso para Vénus está em velocidade de cruzeiro.

Daqui por cerca de 145 dias, a Missão Venus Express iniciará as manobras de inserção para orbitar o planeta das núvens, com uma órbita bastante excêntrica: 250km no afélio e 66000km no periélio.

"Estimados Clientes, dentro de breves instantes vai chegar ao cais ..."

domingo, 6 de novembro de 2005

Venus Express


As primeiras imagens da superfície de Vénus, aconteceram à 30 anos, concretamente a 22 de Outubro de 1975, poucos minutos antes da sonda Venera 3 perder o contacto com o centro de comando soviético.

A Agência Espacial Europeia – ESA, tem agora marcado para o dia 9 de Novembro o lançamento da Venus Express desde o cosmódromo de Baikonur, Casaquistão.
Após 162 dias de viagem será capturada pela força gravitacional do planeta e
começará o seu trabalho de investigação da atmosfera e das núvens que cobrem a superfície venusiana.

sábado, 5 de novembro de 2005

Hayabusa próxima de Itokawa


Com as parangonas do costume, a que não terá faltado a oportunidade da data do apogeu do projecto, 14 de Julho, a Missão Deep Impact da NASA disparou sobre a superfície do Cometa Temple-1, um bólide de cobre que projectou uma núvem de material capaz de, após análise à composição do espectro luminoso, permitir um conhecimento maior da génese do nosso Sistema
Solar.


Entretanto, têm os média dado pouca e nada desenvolvida informação sobre a Missão Hayabusa, lançada pela Agência Espacial do Japão – JAXA, em Maio de 2003, para exploração do Asteróide Itokawa, tão distante da Terra como 291 milhões de quilómetros.

Esta missão alia a experimentação tecnológica de propulsão por motor eléctrico à navegação autónoma, com a robotização de explorador e imagem, num conceito de baixo custo e inovação para mapeamento, recolha de amostras e retorno das mesmas à Terra, a acontecer no Verão de 2007 no deserto australiano .


Desde Setembro a orbitar o Itokawa a uma distância inferior a 20km, a Hayabusa tem enviado um conjunto de imagens realmente deslumbrantes de detalhe.
Entretanto, hoje seria o dia espacial em que a missão iria ensaiar o sobrevoo do asteróide para posterior lançamento do explorador e disparo do projéctil que fará com que o material “caia”, ou “entre”, na chaminé de recolha.

Foi, contudo, adiada devido a um alerta surgido imediatamente antes da manobra se iniciar.
A habitual impenetrabilidade japonesa disse isto e que o ensaio ficou adiado.
Sem mais.

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Açores no mapa da Agência Espacial Europeia


No passado mês de Outubro, foram visitadas pelo Governo Regional dos Açores e por membros da ESA, as infraestruturas básicas no local onde ficará instalada a Estação de Seguimento dos próximos voos de reabastecimento da Estação Espacial Internacional - ISS.

No Monte das Flores, próximo da Vila do Porto na Ilha de Santa Maria, a estação móvel de seguimento será parte de uma rede de estações global, que utilizada no controlo dos voos das naves europeias de reabastecimento Júlio Verne, ou ATV-Automated Transfer Vehicle, os quais serão lançados desde o Centro Espacial Europeu localizado na Guiana.

Escolhida pela sua localização geográfica e pela quase inexistência de interferências rádio, a Estação do Monte das Flores permitirá ainda o appoio ao lançamento da rede global do Projecto Galileo e o suporte às naves Soyuz que se dirijam à ISS.

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Picos da Luz Eterna


Inscrita num conjunto de projectos de baixos custos, a SMART-1 foi lançada em 27 de Setembro de 2003 e encontra-se em órbita lunar desde 15 de Novembro de 2004.
Experimentando diferentes tecnologias de propulsão, rota e comando, neste momento tem a sua missão extendida até ao Verão do próximo ano, depois do Controlo da Missão ter aproveitado todo o combustível disponível para colocar a nave numa órbita mais estável.

Estas manobras permitirão dar uma maior atenção à pesquisa no nosso satélite natural de água e dióxido de carbono sob a forma de gelo, aspectos fulcrais para perspectivar explorações humanas prolongadas da Lua com a instalação de uma base lunar.
Enfim, o grande sonho a ser construído com pequenos passos
.

Entende-se que a existir água na Lua, ela estará sob a forma de gelo nas zonas polares e mais concretamente naquelas zonas onde a luz solar nunca desfaz algumas zonas sombrias da superfície selenita onde faz um intenso frio em torno de -170ºC.

A SMART-1 tem enviado fotos dessas zonas polares das quais destaco a presente, com data de Dezembro de 2004. De notar o dramático efeito das sombras provocadas pelos rebordos das paredes das crateras.
Esta e outras imagens merecerão da equipa da ESA a maior atenção, já que zonas de sombra eterna, potenciando depósitos de gelo, são originadas pelos picos de crateras que recebem a luz do Sol na maior parte do dia lunar.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Vénus e a Cidade



Esta foto foi tirada ao princípio da noite de hoje.
A transparência do céu seria muito boa e estável. A magnitude seria seria 2 a 2.5 a Norte, a Sul ... estão os lampiões ( ... heheheheh ...)

Vénus reinava no fim da tarde e na foto são visíveis, ou quase, Antares de Escorpião, e talvez delta Sco, colocada imediatamente abaixo e à direita, respectivamente do planeta.

Sobre a esquerda da foto, um arco de 3 estrelas da Constelação de Sagitário: de "cima para baixo", Kaus Borealis a cerca de 78 anos-luz, a delta de Sagitário com uma luminosidade de cerca de 35x o Sol: Kaus Media, com uma luminosidade superior a seiscentas vezes o nosso Sol está distante de nós cerca de 330anos-luz, e por fim, sobre o edíficio, Kaus Australis, a 150anos-luz de distância e com uma luminosidade de cerca de 340x o Sol.
Embora a foto não dê para mais, reparem nestas estrelas e nos dados de posicionamento e luminosidade que indiquei.
Diria, de forma grosseira, que parecem surgir com o mesmo brilho, para o que concorre a relação das distâncias calculadas com a sua luminosidade aparente.

Acima e à esquerda do Planeta, as estrelas da Constelação de Ofíuco.

Se não conseguirem ver, olhem, não se preocupem, eu também nunca consegui sequer entrever uma única imagem a 3D e os quebra-cabeças Su Doku vão pelo mesmo caminho ...

Mas que lá estão, estão!

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Lançamento do CinelSAT3 adiado


Por razões de segurança, impostas pela entidade regular do tráfego aéreo, foi suspenso o lançamento do CinelSAT3.

Não parece, contudo, ter sido frustrado o trabalho dos seus criadores.
Assim, uma nova janela de lançamento será encontrada e CinelSAT subirá na atmosfera.

Estejam atentos.

AMRAD
CINEL

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Satélite Português é lançado hoje !!

É com grande satisfação que damos conta do lançamento de um satélite português enquadrado no Projecto de Estudos dos Formandos do CINEL – Centro de Formação Profissional da Indústria Eléctrica, o qual vai ser lançado hoje das instalações da EXPONOR em Matosinhos.

O CinelSAT3 é um aparelho propulsionado por balões e o conjunto de dispositivos que carrega, vai possibilitar o visonamento de imagens do voo e o seu seguimento na alta atmosfera, bem como a utilização enquanto repetidor de sinal de voz.
O seu tempo de actividade será definido pela sua evolução e pelos resultados recebidos em tempo real.

O seguimento do sinal emitido pelo CinelSat3 vai ser possível com a colaboração da AMRAD-Associação Portuguesa de Amadores de Rádio para a Investigação, Educação e Desenvolvimento.

Mais informações

http://www.amrad.pt/cinelsat3.php
http://www.cinel.pt

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Um Sítio Excelente !!

Para saber tudo o que há a saber sobre o Eclipse Anular do Sol, e mais alguma coisa lá para a frente ... nada como (ter) O Céu na Ponta dos Dedos.

Realmente!

Parabéns Jorge !!

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Vénus e a Lua


Acima o enquadramento de Vénus com a Lua, hoje, cerca das 20H00 locais.

Eclipse Anular do Sol - Fotos 2


09h54m


10h02


10h20


Acima algumas fotos tiradas durante a Observação.
Espero ainda dar a conhecer as restantes. Talvez para a semana ...

Eclipse Anular do Sol - Parte 2


Este é o relato pessoal da Observação do Eclipse Anular do Sol, realizada no dia 3 de Outubro de 2005, na Quinta do Pação, Freguesia de Rio Frio, Concelho de Arcos de Valdevez.
À parte uma ligeira neblina matinal, o céu esteve limpo, sem núvens.
A observação foi realizada com um telescópio LX90 a 76x numa ocular 26mm Plossl e uns binóculos 10x50mm.
O registo de imagens foi conseguido através uma câmara analógica NikonN70 com uma objectiva zoom de 100/400mm e filme 35mm para slides Fuji Sensia100ASA, e uma câmara digital CanonPowershot.

07h02Acordar. A manhã apresenta-se com neblina, mas o céu está limpo.
07h27Depois de um pequeno almoço farto, saí para o Local de Observação
07h40Acabei de instalar todo o equipamento e tirei as primeiras fotos.
07h45 - O Sol apareceu entre as árvores, na propriedade ao lado.
08h10O Sol destacou-se das árvores.
08h13A minha vizinha, a Dª Carolina, acena por entre as couves e pergunta o que faço ali
a estas horas do dia. Explico-lhe e convido-a. Diz-me que tem de ir à vila.

08h22É preciso aguentar ... Se não fosse o facto de saber o que se vai passar, o
início do dia seria igual a todos os outros dias.

08h27Não se nota nenhuma alteração sobre os limites do disco solar. Volto a estar

ansioso.
08h38Eu vejo! Dá-se o primeiro contacto. É um ligeiríssimo achatamento sobre o eixo
do bordo superior do Sol...Com o filtro Baader não deu para ver qualquer
proeminência solar ou lunar.
08h41Torna-se mais vísivel a sobreposição da Lua no plano Terra-Sol.
Pela forma como decorre a progressão da sombra, acho que posso concluir que

deste sítio terei visão total do Eclipse Anular. Talvez um pouco descentrado ...
08h58A Lua ocupa agora quase metade do diâmetro aparente do Sol.
A imagem surge como os crescentes islâmicos ou um smile amarelo
09h00Os vértices causados pela inserção da Lua no disco solar são perfeitos.
Ainda se nota bastante turbulência térmica. Os pássaros e os cães continuam a emitir os sons habituais e são distintos os que resultam dos trabalhos rurais nas proximidades.
O vale está coberto por uma ligeira neblina que torna a paisagem acinzentada.

09h25Tenho tirado várias fotos com a NikonN70 na qual tenho montada uma lente
de zoom 400mm que o Zé Manel me emprestou, mas a trabalhar com 200mm.
Por qualquer motivo que ainda desconheço, não consigo fazer fotografias com
Canon PowerShot. Só espero que os slides da Nikon saiam correctos...

09h35Mais de metade do diâmetro aparente do Sol está agora oculto pela Lua.
Aproxima-se o momento do segundo contacto, aquele em que todo o diâmetro da Lua ficará contido no plano da imagem do Sol.
Até ao começo do Eclipse era evidente que a temperatura estava a subir gradualmente (tenho pena de não me ter lembrado em trazer um termómetro para medir a eventual variação durante o eclipse ... ), mas agora noto que está mais frio, pois a minha careca sabe do que estou a falar, quando falo de diminuição de temperatura ....
09h55A diminuição de luminosidade é agora evidente e da temperatura também. Já não é só a falta de cabelo, todo o corpo sente a falta do calor que se apercebia ainda há poucos
minutos. O céu está limpo, mas, no vale mantêm-se uma ligeira neblina.
Estes efeitos não parecem ter afectado o comportamento dos animais. Continuo a ouvir os pássaros e as galinhas a cacarejarem. Os cães ladram, mas acho que ladram como sempre ladram os cães. Próximo, embora sem a ver, ouço uma mulher comentar que parece estar mais escuro e que isso a leva a interrogar-se se não “será daquela coisa do eclipse”.
09h58Já tinha lido que nas observações de eclipses o tempo é terrivelmente curto, que não há tempo a perder ... e que entre o registo fotográfico e a observação tudo se passa
sem que consigamos acompanhar o ritmo a que os acontecimentos evoluem.

09h59A totalidade da imersão da Lua no diâmetro do disco solar, o Eclipse Anular do Sol no seu máximo, já terminou. É evidente a descentragem dos 3 astros.
10h00Recebi muitas SMS’s dos meus amigos, astrónomos ou não. O Rui Santos, que está
em Bragança, diz que foi maravilhoso. O Pedro Afonso ligou-me a dizer que estava nos
degraus da Igreja do Carmo, de óculos de protecção colocados, e que por isso temia que as pessoas lhe começassem a dar esmolas. Acho que ele é homem para agradecer ..
Envio também uma SMS ao Nuno Coimbra, que não pode estar a observar o Eclipse como ele bem gostaria .

10h05Apercebe-se o aumento da temperatura ambiente e o crescendo de luminosidade.
Nestes últimos minutos percebi o que se passava com a Canon Powershot. Quando
colocava o filtro à frente da lente surgia uma dispersão luminosa que afectava a foto.
Consegui corrigir isso ainda a tempo de conseguir um boneco do Eclipse Anular.
As abelhas e as moscas zumbem à minha volta e a mergulho na contemplação da
Natureza em volta.

10h25Os 3 astros continuam as suas rotas e afastam-se cada vez mais do alinhamento. Não posso deixar de imaginar o som mecânico do relógio celeste, em estéreo e ao melhor estilo da “Guerra das Estrelas” do Spielberg.
10h30Continuo a tirar fotos com ambas as máquinas. Lembro-me que talvez seja uma boa ideia construir aqui, nesta leira, o meu observatório permanente. A visão do céu é
enorme e a eclíptica é toda abrangida deste local. Aproveito 4 paus e delimito-me uma área de 2x3m. Parece suficiente ...

10h45Está agora uma temperatura normal, quente, que me obriga a tirar o casaco e a
camisola. Penso no que poderia não ser a nossa vida se não tivessemos o Sol para nos aquecer. Já se torna obrigatório o uso de chapéu.

10h55O rolo de slides começa a chegar ao fim. Reparo agora que não registei o momento
do 3ºcontacto.

11h05Só uma pequena calote de sombra se mantém sobre a zona inferior do disco solar.
11h14O Eclipse está a chegar ao fim. A percentagem de sombra é já pequena. Só é
discernível com a ajuda do telescópio, pois os binóculos 10x50 que estou a usar
praticamente não a registam. Preparo-me para as últimas fotos.

11h17Acabou.
11h25 Sentei-me à mesa de trabalho e, enquanto ouço a Antena2, vou escrevendo as

últimas linhas deste registo.
A luminosidade é intensa e fere os olhos. A neblina mantêm-se estável no vale.
As galinhas já puseram os ovos e deixaram de cacarejar. Perto, uma moto-serra zurze
a madeira de uma árvore que tomba. Os cães recolheram-se à sombra das casotas.
As últimas horas ofereceram-me momentos mágicos na vida.
Penso, também no próximo Eclipse, mas mais na rapidez com que tudo se processou e fico incompreensivelmente absorto sobre a ideia de Tempo e dimensão. Não consigo ter mais ideia nenhuma sobre isto e dirijo a minha atenção de novo para o papel.
Os astros lá vão fazendo o seu caminho e nós o nosso, e eu fico para aqui ao meu geito, satisfeito e aparvalhado, rendido à transitoriedade da efémera importância de neste momento ter assistido ao Eclipse Anular do Sol. E sinto-me bem, pronto.
Uma abelha pousa, por instantes, sobre os meus binóculos e depois volta à sua faina.
Eu, agora, vou ter que carregar quase 40kg de material leira acima, limpar as ópticas e arrumá-los para a próxima observação.
Tenho ainda um entrecosto para grelhar e que vai ser acompanhado com uma litrada de vinho doce, tirado ontem á noitinha da pipa após a vindima no campo da minha vizinha Judite.

2028 ... ?!!

Eclipse Anular do Sol - Foto 1



Going back to spend my life
Beneath that Rising Sun.



Excerto de "House Of The Rising Sun"
Para quem não sabe, ou quer saber mais clique AQUI

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Observação do Eclipse Anular do Sol - Parte 1


Introdução

Realizei a Observação do Eclipse Anular do Sol , desde o Alto Minho.
Razões de ordem pessoal determinar esta localização depois de ter chegado à conclusão que a observação deste evento neste local não seria subsantancialmente diferente das condições de passagem, por exemplo, em Bragança.
Os relatos que aqui vos deixo estão divididos em duas partes e serão acompanhados por várias fotos.
Algumas das fotos foram tiradas em suporte digital, pelo que é imediato disponibilizá-las. Outras porque tiradas em slides terão que esperar o seu momento.
Boa leitura.


Na noite anterior ao Eclipse ...

A menos de 10 horas do eclipse sei que estou ansioso.
A possibilidade de me esquecer de alguma rotina no procedimento que tenho preparado para a ocasião já me fez repetir,mentalmente, todosospassos a dar.
De tarde estive a ensaiar a montagem do LX90 que irá servir de suporte à observação visual.
Experimentei também as câmaras fotográficas e descobri que ... trouxe as pilhas erradas para a câmara digital.
Fui obrigado a ir a correr à vila comprar pilhas novas antes que o comércio local fechasse.
Trouxe também a Nikon N70 e um "canhão" de 400mm emprestado pelo Zé Manel. Experimentei-o durante a tarde e dá uma amplificação razoável. Vou fazer uns slides com esta objectiva.

Entretanto, também durante a tarde escolhi definitivamente o sítio da observação. Irá ser na leira entremédia por ser a que me visão directa sobre o nascer do Sol, lá para os lados das montanhas do Soajo. Como o local é muito escarpado,
carreguei já para as proximidades a traquitana toda: mesas, tripé, cadeira de observação, guarda-sol e telescópio.
Bom, espero que de manhã não tenha levantado voo ...

Já acertei o relógio e fixei o despertador para as 07h00. Verifiquei 3 vezes que funciona ... e que tem bateria suficiente.
Coloquei-o no fundo do quarto para ser obrigado a levantar para o desligar e assim acordar.

Será que verifiquei todo o material? Os filtros? O bloco notas e os lápis? Será melhor verificar tudo de novo?
Estou a ficar paranóico, afinal em 2028 teremos outro eclipse ...

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Eclipse Anular do Sol


Com a quantidade de informação disponível e actividades associadas à ocorrência e Observação do Eclipse Anular do Sol, no próximo dia 3 de Outubro, vale a pena passar pelos sítios que abaixo indico.

Não se esqueça de não faltar e de se proteger!


O Céu na ponta dos dedos - Excelente !!
CA2000 - Outro sítio Excelente!
Núclio Interactivo de Astronomia - Vá com eles até Argozelo e Bragança!
Centro Multimeios de Espinho - Vá com eles até Miranda do Douro !
Portal do Astrónomo - Saiba sempre mais !!
A mais recente imagem do Sol

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

A Lua desde a Varanda



Lua 20050913, 21H30
LX90 e Toucam Pro 740K
185 frames em 900
Polarizador Orion
Redutor Foccal 0.5 Brightsar

Nesta imagem do passado dia 13 de Setembro, as condições de visibilidade no local eram razoáveis. Contudo, como a observação foi realizada desde dentro de uma varanda a qualidade da imagem sofreu com a interferência das ondas de calor que se desprendia das paredes circundantes.
Esta acção serviu também para testar a guiagem do LX90 com a versão 34Ec da Meade para o Autostar. As anteriores dificuldades de acompanhamento do movimento lunar resultavam da versão do software antigo. Este funciona bem.

A Lua, sendo o astro mais próximo de nós proporciona a observação de zonas da usa superfície com detalhes fantásticos decorrentes da sua acessibilidade.
A zona que a foto reproduz, o Norte está para cima, e desde aí, permite aperceber o Mare Frigoris, Mar do Frio, e a Cratera Platão.
Ao lado direito da cratera vislumbram-se as formações rochosas dos Montes Alpes e no centro o Vallis Alpes, uma extensa falha geológica.
Ligeiramente a Sul da cratera e já em pleno Mare Imbrium, Mar das Chuvas, surgem isolado um conjunto de formações rochosas elevadas: da direita para a esquerda o Monte Pico, os Montes Tenerife e os Montes Recti, com alturas calculadas entre 1400 e 2400 metros.

Continuando o nosso passeio, sobre a esquerda de Platão, e pela costa do Mare Imbrium, alcançamos o Promontório Laplace, assim baptizado em honra de um Astrónomo Francês do séc. XVIII. Este Promontório abre-se depois para a bela Baía dos Arco-Íris, ou Sinus Iridum. A fechar esta Baía de 400x260km de área surge o Promontorium Heraclides, em honra do discípulo de Platão, Heraclito (390-310 AC).

À entrada da Baía dos Arco-Íris vários enrugamentos do solo evidenciam acumulações de lava resultantes do megalítico impacto que deu origem ao Mare Imbrium.

Esta foto faz parte de um conjunto que pretendo constituir em mosaico, mostrando as zonas incluídas do Terminador deste dia.
Para acontecer um destes dias e com mais tempo …

Fontes:

Virtual Moon Atlas

Atlas of the Moon - Antonín Rukl, S&T 2004




quarta-feira, 14 de setembro de 2005

quanta (o) Isaac Asimov !!


Sempre presente nos últimos meses e fazendo parte do monte à cabeceira, os livros da saga de Isaac Asimov, Fundação, têm-me trazido agradáveis momentos de esclarecimento. E de esquecimento também.
Contudo, noutros momentos também a leitura se arrasta, não porque me chegue o sono mais depressa do que as páginas que vão ficando para trás, mas porque muito da literatura de ficção científica (não sei se a este lhe deva atribuir esta designação ...) tem momentos de pouco desenvolvimento na acção e a descrição não é precisamente um dos atributos deste tipo de ficção.

No volume em mão, No Limiar da Fundação, saltou-me aos olhos um belo trecho sobre como uma das personagens, daquelas que esporadicamente surgem na narrativa, dá a conhecer o seu entendimento daquilo que denomina pela consciência colectiva de Gaia (um misterioso planeta ... )
E, concerteza, que nem para a estrutura da obra nem para o momento do Autor o que ficou dito surgiu/surge como ditirambo de escriva.

Ora leiam:

“... Cada acontecimento que ocorre, pode ocorrer ou não ocorrer, ou pode ocorrer desta ou daquela maneira, e de cada uma de um número enorme de alternativas, resultará um curso de acontecimentos futuros que são distintos, pelo menos até certo ponto.
“ ... Em cada uma destas alternativas, ou em cada um de um vasto número de outras alternativas relativas a este acontecimento, o Universo teria, a partir daí, seguido um caminho diferente, e o mesmo é verdade para todas as outras variações de todos os outros acontecimentos, por mais insignificantes que sejam.
“ ...Eventualmente (...
os Eternos
...) encontraram, ou assim se diz, um Universo em que a Terra era o único planeta de toda a Galáxia , no qual se podia encontrar um sistema ecológico complexo, assim como o desenvolvimento de uma espécie inteligente, capaz de construir uma tecnologia avançada.
“ ... Algures nas neblinas da probabilidade, existem outras realidades em que a Galáxia alberga muitas inteligências, mas são realidades inatingíveis. Na nossa Realidade estamos sós. De cada acção e de cada acontecimento na nossa Realidade, há novas ramificações, sendo que só uma em cada caso separado é a continuação da realidade, pelo que há um enorme número de Universos potenciais ... talvez um número infinito ... . Ou talvez eu deva dizer que todos, excepto uma pequena percentagem, são semelhantes nessa característica, pois é perigoso excluir qualquer coisa quando as probabilidades se aproximam do infinito”.


Hummm ...

págs. 339 e 340 No Limiar da Fundação de Isaac Asimov
Colecção Argonauta Gigante
Edição Livros do Brasil

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

A Messenger a Caminho de Mercúrio





Passados quase 30 anos sobre a primeira missão de exploração espacial a Mercúrio, foto ao lado recolhida pela sonda Mariner 10, o projecto de investigação Messenger pretende continuar a recolha de dados que possam aumentar a nossa compreensão sobre o Sistema Solar e, no caso particular, melhorar o nosso conhecimento sobre o planeta com órbita mais próxima do Sol.

Lançada há pouco mais de um ano, a 3 de Agosto de 2004, a Sonda Messenger – Mercury Surface, Space Environment, Geochemistry and Ranging, terá uma duração esperada de 8anos, durante os quais, e tal como o seu baptismo sugere, terá como objectivos o mapeamento da superfície e da atmosfera mercuriana e o estudo geoquímico da superfície e da crusta. Uma completa cartografia da superfície em 3D permitir-nos-à saber da orografia.
Na busca de respostas a questões como a razão para a elevada densidade (5.42 g/cm3, no Sistema Solar somente a Terra é mais densa com 5.52g/cm3 ), a revelação da composição e estrutura da crusta mercuriana, a averiguação de eventuais processos de vulcanismo e natureza da fina atmosfera ou o esclarecimento sobre a origem de depósitos polares (gelo?), permitirão uma melhor caracterização deste mundo "esturricado" (temperatura máxima à superfície, 427ºCelsius).

O menos conhecido dos planetas rochosos (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte) ficará sob observação um ano inteiro em 2011, com a Sonda Messenger a executar órbitas acentuadamente excêntricas e sobrevoos que a levarão a uns escassos 200km da superfície.

A viagem de 5 mil milhões de quilómetros, foi assim definida para aproveitar o impulso gravitacional que a sonda receberá em vários sobrevoos em torno do Sol, da Terra e de Vénus.
Produto da geração de projectos de exploração espacial a custos limitados, a Messenger incluirá naqueles fantásticos 5 mil milhões de quilómetros em 8 anos de passeio celestial, quinze órbitas em torno do Sol, um sobrevoo da Terra e dois em torno de Vénus, em Outubro de 2006 e Junho de 2007. Estas "rampas de lançamento” atirá-la-ão para a força de atracção gravítica de Mercúrio, ao qual chegará em Janeiro de 2008.

Do sobrevoo pela Terra, fica a imagem do nosso planeta.


Na foto do lado esquerdo a Terra surge em cores já conhecidas. No lado direito, a imagem foi obtida com predominância de cor sobre os infravermelhos, pelo que as áreas de maior vegetação, absorvendo os comprimentos de onda da luz naquela banda, surgem a vermelho carregado em contraste com zonas geográficas onde a vegetação escasseia e a superfície é mais reflectora “luminosa”. No centro das fotos poderemos distinguir a América Latina, na direita África e no topo a América Central e do Norte.

Mais informação pode ser recolhida nos sítios abaixo:

Vistas do Sistema Solar
Missão Messenger
Nasa

domingo, 28 de agosto de 2005

A Cratera Tycho em 20050824


No passado dia 24 de Agosto, e no local de observação em que me encontrava, Arcos de Valdevez, as condições atmosféricas não eram as melhores devido aos vários incêndios que afectaram também o Distrito de Viana do Castelo.
Apesar disto, resolvi montar o LX90 para fazer uns avi’s e tirar uns bonecos da Lua. O resultado mais notável dessa noite foi a foto, como se pode ver nada extraordinária, mas que anexo e sobre a qual este texto vos dará conta do que nela encontrei.

A formação mais proeminente, no topo central da foto, é a Cratera Tycho.
Embora com um diâmetro médio de 85km e uma profundidade de cerca de 4800m, é possível ser observada a olho nú e revela os seus detalhes mais evidentes logo quando observada com uns binóculos de 50mm de abertura.
Face ao conhecimento geológico que possuímos sobre a Lua, Tycho será uma cratera muito jovem na morfologia lunar. Estima-se em 100 milhões de anos a sua formação.

Um dos aspectos através dos quais poderemos avaliar, embora de forma muito pouco rigorosa, a “idade” das formações lunares é observar detalhes que possam ser relacionados com um tempo posterior ao da formação. Por exemplo, se numa cratera observamos outras crateras, se estas crateras “secundárias” apresentam ainda outras crateras sobrepostas, se as paredes estão aparentemente “intactas” e não erodidas ou submersas, total ou parcialmente, por outros materiais ou crateras, se os picos centrais surgem notoriamente formados ou derrocados.
Claro, convém não esquecer que a distância que nos separa é sempre muito próxima dos 400mil quilómetros e juntando o efeito da iluminação/sombra, e qualquer que seja a abertura do nosso instrumento de observação, estes aspectos de detalhe terão de ser sempre analisados com tempo, confirmados posteriormente, e melhorados com o recurso a imagens fotográficas de que não só as missões da NASA são recurso.
Assim, noutras condições de iluminação e captação, a Cratera Tycho surge mais majestosa e detalhadamente dramática, tal como nesta foto de
Steve Massey


Outro aspecto interessante recolhido na primeira foto, é o sistema de raios que têm origem em Tycho.
Na superfície lunar existem várias crateras com “ramalhetes” de raios de extensão e largura variável. Muitos deles visíveis a olho nú em noites de límpida lua cheia, como será o caso da nossa cratera Tycho mas também de Copérnico, têm na sua origem a velocidade de impacto e sobretudo a composição do solo nesse ponto e em redor, como resultado dos materiais ejectados a longa distância. Note-se que os efeitos do impacto que deu origem à cratera Tycho prolongam-se por mais cerca de 150km de que o sistema de raios decorrente é testemunho.

Outro aspecto ainda interessante na foto do dia 24 de Agosto, no canto inferior esquerdo, é a captação de parte da complexa Cratera Deslandres.
Esta Cratera com cerca de 4 a 5 mil milhões de anos encontra-se já bastante afectada por posteriores impactos, estando as suas paredes marcadas por outras crateras.

Resta ainda dizer que a foto é uma composição de duas fotos, uma colorida e na qual o canal verde foi sobrevalorizado, a outra a preto e branco, ambas tiradas de dois avi’s de 30’, 10 fotogramas por segundo, com uma exposição de 1/33 e baixo ganho. O Norte está para cima.

terça-feira, 12 de julho de 2005

Pação 20050702


O relato da observação a seguir descrita foi realizado no passado dia 2 de Julho, entre as 10H45 e a 01H45 do dia seguinte.

Devo dizer que o LX90 continua a surpreender-me e se esquecer algumas questões, principalmente a perda de algum contraste e um sistema de focagem um pouco “trambolho”, penso ter recebido um instrumento com umas ópticas razoáveis e um amigável GOTO, que deixa os objectos bem dentro do campo das oculares de média potência.
O alinhamento é fundamental e no futuro tentarei ir mais longe realizando-o com oculares de maior amplificação.

Da próxima vez preciso também de o colimar …. ;-)

Bom, às 23H07 Júpiter ainda estava bem alto no quadrante oeste e era minha intenção fazer uma pequena sessão de recolha de imagens, só que o Zeus dos planetas exteriores
Já se encontrava sobre o telhado da casa e, tendo sido um dia de trinta e tais graus, todo o calor que as telhas libertavam borraram a pintura toda. Ficará para outra altura.
O que não fica para outra altura foi o facto de ter observado uma curiosa disposição dos satélites de Júpiter: as 4 luas maiores mostravam-se bem, 2 para cada lado do maior planeta, mas enquanto Io e Calisto, de um lado, se encontravam bem afastados entre si, do outro lado, Europa sobreponha-se de muito perto a Ganymedes.
Uma visão muito interessante.
E como o resultado da minha projectada sessão fotográfica não melhorava dediquei-me ao céu profundo.

Apreciei a diferença de magnitude entre 2 Enxames Globulares, M12 e M10, ambos na Constelação de Ofiúco.
Depois, com a ocular de 15mm, M14, ainda em Ofiúco foi o próximo objecto, mudei para a ocular de 26mm, com uma amplificação menor (cerca de 77x no LX90) e, este glóbulo de luz difusa em Ofíuco tornou-se, naturalmente, mais compacto.
Para mim M11 não é o pato selvagem que dizem ser … tenho sempre uma grande dificuldade em “ver” a maioria das figurações que os objectos do céu parecem projectar na mente dos humanos. Este enxame aberto, colocado na mira do meu telescópio apresentou-se muito bonito na forma dispersa como dispõe as suas inúmeras estrelas. Tentei melhorar o detalhe, passei para a ocular de 15mm (133x) e consegui descortinar uma estrela central com uma magnitude superior às circunstantes. Deixei a Constelação do Escudo e fui a M31. “Como será nestes céus do Alto Minho?”
Contudo, às 00H55 ainda estava a sofrer a influência da poluição luminosa da pequena cidade próxima. Ainda rosquei o filtro Skyglow da Orion mas não melhorou o suficiente. Fica para outra vez …

À 01h00 surge o esplendor de M13, na Constelação de Hércules. Milhões e Milhões de estrelas!
Para variar um pouco visitei Albireo, Alpheratz e Veja. E já que cirandava pela Constelação de Lira voltei a M57 e a outra nebulosa planetária, M27, na Constelação da Raposa. A forma com que esta nebulosa se apresenta faz-me lembrar um laçarote.
Outros objectos observados, M15, M16, M17, M20, M22, encerraram a noite.

domingo, 10 de julho de 2005

Estrelas no Iogurte

Hoje, quando cheguei a casa, li o seguinte na tampa de um iogurte colado aos azulejos da cozinha.

"Nem todas as estrelas estão no céu. Tu estás aqui!"

Aqui há uns anos achava que isto seria premonitório ou teria uma segunda intenção.
Pelo menos, seria estranho.

Hoje, quando cheguei a casa, há uma tampa de iogurte colada aos azulejos da cozinha.

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Portugueses na Sky & Telescope - Parte II


Uma das notícias agradáveis da edição de Julho da S&T, foi a inclusão de artigos dedicados a 3 Astrónomos Amadores Portugueses.
Na entrada do dia XXXX, já falamos sobre a recensão à edição em Língua Inglesa do Livro de Guilherme de Almeida “Roteiro do Céu”, hoje vamos dar conta do trabalho do Filipe Alves e do Hugo Valentim.

O Hugo mantém há muitos anos o Astrotips, um sítio
aonde é possível encontrar muito software dedicado à Astronomia.
Planetários, Simuladores, Blocos de Notas especializados, Calculadoras de Efemérides, Jogos, etc. etc., freeware, shareware ou versões de demonstração, tudo, ou quase tudo está lá, é só necessário ir e procurar.
A dificuldade às vezes está na escolha, mas também para isso é que existem os diferentes fóruns associados.
A S&T refere-se ao Astrotips elogiando a constante actualização da base de dados, mas também a uma inegável falta de participação nos diferentes fóruns e também no diminuto número de comentários dos utilizadores e valorização de cada um dos programas disponibilizados. Apesar disso, é um sítio que visito com regularidade e do qual retiro alguns programas que experimento ou uso nas minhas observações.

Com um artigo de 3 páginas e, como é habitual na S&T preenchido com inúmeras fotografias de boa dimensão, soubemos como o Filipe Alves, usou programas de processamento de imagem com o Adobe Photoshop e coloriu a Lua.
O efeito final do trabalho de processamento explicado, permite a localização de zonas da superfície lunar onde a cor da foto está associada à predominância deste ou daquele elemento químico.


quinta-feira, 30 de junho de 2005

Portugueses na Sky & Telescope - Parte I



Na revista de Astronomia Amadora Norte-Americana Sky&Telescope do mês de Julho, dá-se divulgação ao trabalho de 3 portugueses!
Mas, afinal, o que se passa?
Simples. Somos como os outros. Entre nós, desde os amadores aos profissionais, e em qualquer área de actividade, há gente de valor e de muito valor, sendo por isso natural que se lhes dê a visibilidade que merecem.
Quer isto dizer que ainda não demos prioridade à questão de nos tornarmos visíveis para nós mesmos. Todos.
Chegará o seu tempo e cada vez mais estaremos mais próximos desse objectivo.

O livro de Guilherme de Almeida, “Roteiro do Céu”, que recebe neste número da S&T comentários interessantes, e que podendo ser encontrado na edição portuguesa da Plátano, Edição Técnicas, foi traduzido para o Inglês e posto à venda em 2004 pela Springer, tem crítica da autoria de Joshua Roth.
Considerando o livro muito detalhado e caro (!), o JR estabelece comparações com um outro livro, mas ambos com o mesmo tema da apresentação e observação do céu a iniciados.
Alguns aspectos da crítica, nomeadamente aqueles que decorrem da opção de GA ter incluído vários temas e alargado a observação a um conhecimento um pouco mais profundo e substancial do conhecimento astronómico, pareceram-me aferidas pelo hábito norte-americano de tudo se simplificar, ou reduzir, às coisas do conhecimento imediato e direccionado, pois diz ele que: se o objectivo de GA seria o da observação dos céus, do conhecimento dos mapas celestes e da navegação visual pelo Universo, então não se deveriam incluir neste livro questões como o nascimento das estrelas, a razão para as suas cores e massa, etc., e os mapas de orientação celestes deveriam ter “menos estrelas” para se tornarem mais acessíveis e fáceis de seguir. Esta é a perspectiva americana, norte-americana, e que não tem paralelo na Cultura Europeia. Para o bem e para o mal …
Devo dizer que me agrada este livro de Guilherme de Almeida, este e os outros que tem vindo a publicar ao longo dos anos, e que merecem, de facto, relevo pela acessibilidade e pela divulgação, sem as habituais concessões ao corriqueiro e redutor, nem, tão pouco, ao vocábulo redondo a que nos habituaram alguns “doutos” que também se atreveram a editar obras sobre astronomia, e outras temáticas, só vagamente populares e acessíveis.

Reconheça-se também o trabalho de GA na divulgação popular da Astronomia enquanto ciência e cultura. Em Português.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Astromira - Parte II



Constelações do Sagitário, Escorpião e ainda partes de Ofiúco e Serpente




Nebulosa da Bifana

terça-feira, 7 de junho de 2005

Astromira - Parte I




Praia de Mira

Tal como noticiado anteriormente, assim aconteceu o ASTROMIRA de 2005, e no fim de semana passado, em companhia do Nuno Coimbra , estivemos em Mira.
A habitual animação destes eventos, localizados e/ou regionais, ou mesmo até nacionais, nunca é, de facto, muita.
Apesar do esforço de quem os organiza, e de quem lhes dá apoio, por maior que seja a propaganda em torno destes eventos, o cidadão teima em não aparecer.
E quanto à participação da população discente ... já todos sabemos como é durante o período "obrigatório" de aulas, quanto mais ao sábado de tarde!
Registe-se que às Palestras, ver os temas editados anteriormente, alguns jovens ainda marcaram presença. Depois aproximou-se a hora do Portugal-Eslováquia, e com o tempo os lugares e a presença foi-se reduzindo.
Acabam sempre, contudo, por ficar os astrónomos amadores, muitos deles vindos de muito longe, como foi o caso do Acácio Lobo, que aqui e ali participando em todas as actividades propostas, acabam sempre por se reunir mais em torno dos tubos ópticos e das lojas de artigos especializados ou, já para amena cavaqueira, à volta da barraca das bifanas e das cervejas.
Para além do esforço da organização, que será medido por critérios que para aqui não interessam ao caso, gostava também de referir um aspecto importante destas reuniões abertas: o contacto que aos forasteiros lhes é proporcionado sobre os aspectos culturais locais.
No final das palestras, e depois de umas observações do Sol no telescópio do Observatório Astronómico de Mira, favoreceu-nos a Organização com um passeio pelas redondezas com o acompanhamento esclarecedor de elementos da Associação dos Amigos dos Moinhos e Ambiente da Região da Gândara.

.
Moínhos de Ródízio

Foi um pequeno passeio pelos caminhos das Lagoa de Mira, pelos Moínhos de Rodízio, pelas Valas da Cana e do Regente do Rei, mas foi também um olhar envergonhado pelas atrocidades que continuamos a cometer: lixo de construção civil na borda dos cursos de água, pneus entre os jacintos invasores, casas do "novo riquismo" português a abrir feridas na paisagem arquitectónica tradicional dos Palheiros.
Foi também bom ver que os patos bravos têm voltado sempre e a águia-pesqueira por lá se mantêm.



Patos na Lagoa

terça-feira, 31 de maio de 2005

Encontros de Astronomia Amadora

Com o amenizar das temperaturas começam a surgir os Encontros de Astrónomos Amadores.

Desde já, e a Norte, o Núcleo de Mira da Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores vai realizar o Astromira 2005.

O evento terá lugar na Escola Secundária de Mira, no próximo sábado, dia 4 de Junho, e o programa é o seguinte:

15h00 – Abertura
15h30 – Início das Palestras

15h30 - ASTROEMIR – Brincar com o Cosmos
15h45 – Maria Natália – O Ensino da Astronomia nas Ciências
16h45 – Intervalo
17h00 – Rosa Doran – Os Universos de Einstein
18h00 – Inicio das Observações Solares – Observatório Astronómico ou, em alternativa Passeio Turístico pelo Concelho

19h30 – Jantar na Cantina da Escola
21h00 – Sarau Musical com a Orquestra Ligeira da Banda Filarmónica Ressurreição de Mira
21.30h – Inicio das observações nocturnas

Mais a Sul, em Lisboa, no Parque Eduardo VII, junto à Feira do Livro, e também neste sábado 4 de Junho, a partir das 14h30, o Clube Astronómico CA2000, a União de Astronomia e Astrofísica e o NÚCLIO, organizam o 4º Encontro Solar de Lisboa.
Observação de Manchas Solares, grânulos, filamentos, estudo de fotografias ali obtidas e a partilha de informações e convívio serão o mote.

Mas haverá mais …


http://observatorio-mira.planetaclix.pt/
http://www.ca2000pt.com/index1.htm
http://astronomiapt.org/.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Astronomia e Terrorismo

Àquilo que hoje se significa por terrorismo já muitos de nós teremos devotado um pensamento, uma acção, uma palavra, um sentimento.
A Astronomia sofre igualmente os efeitos deste movimento secularmente reactivado.

A revista norte-americana Sky&Telescope na sua edição de Junho e num artigo do seu editor chefe, fala-nos do processo, para eventual prisão, de que foi alvo um astrónomo amador que, a 4 de Janeiro passado, sob os céus de New Jersey, usava um laser de cor verde.

Estes dispositivos, com uma potência relativamente baixa, mas suficiente para a curta distância e certo ângulo, encadearem momentâneamente os olhos de quem para eles olhar directamente, contudo sem outro dano perene lhes infligir, são utilizados pelos astrónomos amadores na observação do céu, servindo de faróis apontadores na busca de objectos, na delimitação das fronteiras das constelações, como “ponteiros” de objectos em sessões públicas, etc.

Ora, estava o nosso amigo americano muito entretido com o seu laser, em companhia de um filho a quem explicava os encantos do céu, quando é detido por uma patrulha policial no seguimento de uma denúncia de piloto privado, queixoso de ter sido encadeado quando, no interior da sua aeronave, fazia o seu trajecto de aproximação ao aeroporto da cidade.

Independentemente de muitas outras considerações e especulações que se possam fazer agora, a verdade é que esta situação iniciou uma campanha nos media sobre o assunto.
Com a opinião pública a tornar-se voz uníssona na sua condenação, ao “colar” a questão à possibilidade do uso destes dispositivos no abate terrorista de aviões, possibilidade de resto astronomicamente improvável com dispositivos deste calibre, as restrições legais em estudo serão, digo eu, de menor efeito do que aquelas que a indução do medo e a amplificação da paranóia propiciam.

O Tempo não nos deixa isolados das realidades que construímos distraídos no nosso quotidiano.

A Astronomia, mesmo que seja o refúgio romântico do stress diário, concerteza que não passará incólume aos tempos de perturbação e desnorte que vivemos.

Deveríamos antes atender ao testemunho de Giordano Bruno e manter os pressupostos das convicções? Ou, então, manter os “tubos ópticos” enterrados na “abóboda celeste”?
Não tenho a certeza que possamos escapar como o fez Galileu.

segunda-feira, 9 de maio de 2005

Primeira Observação no Pação

O meu actual Local de Observação fica situado a uma Latitude de 41,85º Norte e 8,41º Oeste de Longitude.
Para chegarem lá melhor direi que fica situado no Alto Minho.
As suas condições não são excelentes, pois tem alguma poluição luminosa proporcionada por uma cidade pequena localizada a 10km e dois postes de iluminação pública, que evito escondendo-me atrás das oliveiras.
As oliveiras também me tiram alguns graus de céu a Este e a Oeste e para Norte tenho a encosta de um monte elevado.
Contudo, é possível obter uma janela de céu em cerca de 145º em altura e uns generosos 210º em azimute. O meu horizonte deverá iniciar-se depois dos 10º.
Durante o dia é muito bonito, pois fica a meio de uma encosta escarpada e pela frente tenho o panorama de um vale muito cavado e mais montes … tudo muito verde.

Na noite de 7 de Maio realizei a primeira observação no Pação.
O céu estava com enevoado mas com algumas abertas que permitiram as tão ansiadas espreitadelas. Esta foi só a minha 3ª observação telescópica deste ano.
Rapidamente o LX90 ficou alinhado e a seguir a estrela Arcturus no Boieiro.
Comecei por Júpiter no regaço da Virgem. Os quatro satélites estavam em linha: Ganimedes e Europa à esquerda, Júpiter ao centro, depois Io e mais distante Calisto, ambos à direita.

Voltei a Arcturus e depois vaguei pelas estrelas de Boieiro. Voltei a Virgo e encontrei Porrima um pouco acima de Júpiter.
A seguir decidi-me por M51, mas surgiu muito ténue. A transparência do céu não era grande devido à forte humidade transmitida pelas núvens. Contudo, era ainda possível vislumbrar o centro de ambos as Galáxias em colisão. Ficaria para mais tarde.
Um dos objectos do céu profundo que mais gosto é de M13. O seu esplendor surgiu na ocular de 26mm que dava uma amplificação de 77x. Como sempre uma visão extraordinária, mas desta vez foi possível destacar as estrelas mais brilhantes e constatar a sua dispersão e sobreposição no enxame. Com a ajuda da ocular de 15mm (133x) consegui melhorar os detalhes e o feérico espectáculo tornou-se excepcional.

Depois passei a M92 também em Hércules. Não sendo tão extenso e brilhante como o seu vizinho anterior, não deixa de ser um objecto igualmente interessante.
Com uma magnitude 6.4 e uma extensão de 12.2’, M13 tem 5,8m e 23,2’, mostrou-se compacto, luminoso e circundado por um halo de luz maravilhoso.

Voltei a Júpiter. Os satélites mantinham-se sensivelmente na mesma posição. A grande mancha vermelha iria fazer a sua aparição nesta madrugada, mas não iria esperar por ela.

Virei-me para a Constelação de Libra e detive-me em Vega. Naturalmente a Nebulosa Planetária do Anel, M57, com uma dimensão de 1,2’ e 9,7 de magnitude, demorou-me o olhar. Não, não foi possível ver a estrela central. Somente com um telescópio de maior abertura e melhores condições atmosféricas.

Voltei a M51, a Galáxia do Redemoinho, nos Cães de Caça. Agora as condições atmosféricas pareciam estar um pouco melhores e foi possível vislumbrar os braços do sistema. Terá sido mesmo assim ou foi sugestão? Talvez, a verdade é que as núvens voltaram para antecipar o fim da observação.

Enfim, encerrei a observação pelas 00H30.
Fiquei de avaliar a magnitude limite do local noutra noite.

terça-feira, 5 de abril de 2005

Palestra de Astronomia no Porto

Tal como já referido inicia-se hoje o ciclo de Palestras organizado por um Grupo de Alunos da FLUP.

Assim, o 1º Encontro Interdisciplinar abre hoje com uma palestra de José Raeiro subordinada ao tema Universo-Teorias de Formação e Fim.

É às 21H00 na FLUP ....

sábado, 2 de abril de 2005

De Volta a ... Encelado


Créditos: NASA

E estamos de volta a Encelado para mais algumas informações.

A imagem acima foi obtida à distância de 119000km durante a Missão Voyager, em 25 de Agosto de 1981, quase dois séculos depois de, em 1789, o Astrónomo Inglês William Herschel ter descoberto o 11º satélite de Saturno.


A fotografia abaixo, tirada num ângulo mais fechado e a uma altitude bem mais próxima que a anterior (29000km), é mais recente e foi obtida no âmbito de um sobrevoo efectuado pela Sonda Cassini no passado mês de Março. Depois de a olhar, é impossível deixar de pensar que aquele “enrugado” na superfície é quase similar às terrenas cadeias de montanhas.



Por toda a superfície são visíveis efeitos de um possível movimento da superfície gelada eventualmente similar ao movimento das placas tectónicas. A superfície repleta de crateras impactantes com diâmetros que vão desde algumas centenas de metros até à dezena de quilómetros, tal como aquela que surge no canto inferior da foto (20km), evidencia uma menor actividade geológica nesta zona do satélite. Algumas das crateras surgem impostas sobre as fendas e a cratera posicionada sobre o canto inferior parece surgir com o seu pico central um pouco erudido.

Apesar de tudo a superfície tem uma grande actividade geológica e será relativamente “renovada”, conforme demonstra o canto superior direito da superfície com o acentuado enrugamento da superfície, contraposto com as zonas mais “limpas” que surgem na fotografia que incluí na entrada anterior sobre Encelado.

Na Mitologia, Encelado fez parte do grupo de Gigantes que atacou Zeus e os seus pares no Olimpo. Em dificuldades, os Deuses foram obrigados a clamar pela ajuda de Hércules. Encelado foi atingido por raio lançado por Zeus e jaz sepultado na base do Monte Etna, na Sicília.



Sites para consulta:

Missão Cassini
Centro Ciência Viva _ Algarve



quarta-feira, 30 de março de 2005

2005 Ano Mundial da Física


Especial menção se faz agora ao esforço que os Físicos andam fazendo para que nos lembremos deles e dos seus trabalhos...

Aproveitando o Centenário da Divulgação da Teoria da Relatividade estará em curso, durante 365 dias neste ano, o Ano Mundial da Física.

Para além da consulta, pelos interessados dos sites que indico abaixo, vale a pena recordar que o Dept. de Física da Univ. do Porto tem estado a organizar palestras públicas no Auditório da Reitoria da UP, aos sábados pelas 15H00.

No dia 9 de Abril, Filipe Duarte Santos, falará sobre Ambiente - "A Física e as Alterações Globais".

Depois, no dia 7 de Maio, Olga Pombo, abordará com "Filosofia, Física e Unidade da Ciência".

Por fim, a 25 de Junho, a ressacar da noitada de S.João, a Medicina surge por Manuel Paiva, para sabermos mais sobre " O Futuro da Física Biomédica"

Sites a consultar:

Sociedade Portuguesa de Física
Dep. Física da Fac. Ciencias da Universidade do Porto
Centro de Ciência Viva do Algarve
Centro de Ciência Viva de Vila do Conde



Palestras, Debates ... com Astronomia no Porto



Apesar de o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto já nos ter habituado às suas palestras, registar-se-ão nos próximos tempos um outro conjunto de iniciativas que merecem realce e de que aqui se dá conta.

Assim, organizadas por um conjunto de alunos dos Dept. de Filosofia e História, os
1ºs Encontros Interdisciplinares da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, subordinados ao Tema "Ciências e Saberes do Cosmos", terão um significativo número de dissertações as quais se irão iniciar já no próximo dia 5 de Abril, às 21H00, na FLUP, com "Universo - Teorias de Formação e Fim" , por José Raeiro.

Depois a 7 de Abril, "Buracos Negros e Buracos Verme", por Rosa Doran - definitivamente a não perder.

Mais tarde a 12 de Abril, "Formação e Comportamento de Corpos Celestes", por José Raeiro e Catarina Lobo, a génese dos Planetas e das Galáxias que os albergam.

Tudo às 21H00, na FLUP. Outros eventos, posteriores a estas datas, serão aqui divulgados a seu tempo.

E, pronto, por hoje é tudo.

segunda-feira, 28 de março de 2005


Saturno 21 de Janeiro, 23H45

Esta imagem já está um pouco atrasada ... se olharmos para o calendário, claro. Contudo Saturno é sempre um espectáculo em qualquer dia ... desde que se consiga observar, claro. A imagem foi obtida com recurso a uma webcam e ao LX90. Desculpem não haver mais pormenores, mas ainda não me disciplinei o suficiente para registar os detalhes destes trabalhos. Entretanto, se quiserem ver Saturno ao vivo e a cores, e a meteorologia deixar, procurem-no na Constelação de Gémeos.

segunda-feira, 21 de março de 2005

A Atmosfera de Encelado



Na pequena e gelada lua de Saturno, a Sonda Cassini acabou por confirmar as suspeitas dos investigadores: Encelado tem atmosfera.

O 11º satélite do sistema saturniano a ser descoberto em 1789 por W. Herschel, não revelou todos seus segredos aquando da passagem da sonda Voyager em 1981, tendo deixado um conjunto de suspeitas nos cientistas que se interrogavam sobre razão para a composição por finas partículas de gelo do Anel E.

Agora entre um conjunto de imagens obtidas em Fevereiro e Março, a sonda Cassini pode satisfazer a nossa curiosidade.
A fina camada atmosférica é composta por moléculas de água na forma de vapor. Porém, atendendo à dimensão equatorial do seu diâmetro, cerca de 500km, a atmosfera encontra-se em constante renovação porque a
força gravitacional do corpo é baixa e deixa escapar o vapor de água, suspeitado de ser produzido por actividade vulcânica ainda não descoberta.



Créditos: NASA/ESA 20050309

Esta “fuga” do vapor de água é provocada pela maior força gravítica desencadeada por Saturno. Este modelo explicaria não só o facto do Anel E ser composto por partículas de gelo, mas também a razão pela qual o campo magnético do senhor dos anéis ser perturbado pela órbita de Encelado. O Magnetómetro da Cassini pode comprovar que a agitação do campo magnético de Saturno resulta da perturbação que as moléculas de água ionizadas de Encelado libertam na sua órbita.

Por outro lado, com base nas imagens obtidas explicou-se também a razão pela qual este satélite é o mais reflector das luas do Sistema Solar. Com a sua atmosfera de vapor de água em constante renovação, supõe-se que a precipitar-se sobre a forma de chuva na superfície, cria uma camada de gelo “fresca e limpa” como nenhuma outra.


Fontes:

Revista Nature online
Cassini Huygens ESA Webpage

Cassini-Huygens NASA Webpage
Cassini Imaging Team

domingo, 20 de março de 2005

Uma Breve História ...

Num gesto amizade há uma semanas ofereceram-me um livro de Bill Bryson.

O título, Uma Breve História de Quase Tudo, ambicioso, leva-nos numa “viagem pela ciência” de uma forma pratica e “muito bem documentada”, editada pela Quetzal
Sobretudo divulga a Ciência, e nesta aquela que o autor achou mais significativa na História da Humanidade, mas também aqueloutra dos erros e dos insucessos, das intrigas e das vaidades pessoais.

Não se trata somente de Astronomia, de Física, de Astrofísica, mas de Biologia, Antropologia, Geologia, Arqueologia, Ecologia … enfim um conjunto de áreas de investigação e conhecimento, que na horizontal são apresentadas pela voz de alguns dos seus intérpretes ou comentadas pelo autor, perspectivando na vertical a evolução da Humanidade e do Mundo que nos rodeia.

O que este livro talvez rejeite é um entendimento do Conhecimento enquanto evolução linear, isolada ou paralela das coisas vivas e inanimadas, e no qual o papel da espécie dominante é o de tentar fazer com que tudo gire em torno do seu pequeno cosmos.
Talvez por isso o seu último capítulo tem como título Adeus.

Atractivo e leve, bem traduzido e vertido para a Língua e Cultura Portuguesas, é uma leitura que recomendo.

quarta-feira, 16 de março de 2005

Reabertura do Luzeiro !!

O LUZEIRO está reaberto.

Durante as últimas semanas, impossibilidades várias obrigaram-me a suspender o bloco-notas.
Bem vistas as coisas, tal e qual como o Tempo, também este tempo de suspensão me pareceu desmedido.

Entretanto, estamos aqui e isso é que importa. Também o resto todo que nos rodeia e de que fazemos parte mesmo que não o queiramos.

No sábado de aqui há 15 dias fiz uma pequena observação do céu. Uma coisa de 30 minutos, com binóculos e sob um céu magnitude 4.

Entretive-me a vaguear por Orion (sempre!) e Gémeos. Dos objectos do céu profundo, encontrei M35, M42, M43, M45 também.

Fiquei satisfeito e hei-de voltar a este local mais vezes.

Aliás, aparecerá aqui mais vezes, pois será o local do meu futuro Observatório.



domingo, 16 de janeiro de 2005

SUSPENSO

Para todos os efeitos fica dito que o Luzeiro se encontra suspenso ... sem data de retorno.

Tão breve quanto possível voltaremos ao "éter".

Fica prometido.

Até breve

 
Best Free Hit Counters
Backpackers Insurance
Backpackers Insurance