segunda-feira, 9 de maio de 2005

Primeira Observação no Pação

O meu actual Local de Observação fica situado a uma Latitude de 41,85º Norte e 8,41º Oeste de Longitude.
Para chegarem lá melhor direi que fica situado no Alto Minho.
As suas condições não são excelentes, pois tem alguma poluição luminosa proporcionada por uma cidade pequena localizada a 10km e dois postes de iluminação pública, que evito escondendo-me atrás das oliveiras.
As oliveiras também me tiram alguns graus de céu a Este e a Oeste e para Norte tenho a encosta de um monte elevado.
Contudo, é possível obter uma janela de céu em cerca de 145º em altura e uns generosos 210º em azimute. O meu horizonte deverá iniciar-se depois dos 10º.
Durante o dia é muito bonito, pois fica a meio de uma encosta escarpada e pela frente tenho o panorama de um vale muito cavado e mais montes … tudo muito verde.

Na noite de 7 de Maio realizei a primeira observação no Pação.
O céu estava com enevoado mas com algumas abertas que permitiram as tão ansiadas espreitadelas. Esta foi só a minha 3ª observação telescópica deste ano.
Rapidamente o LX90 ficou alinhado e a seguir a estrela Arcturus no Boieiro.
Comecei por Júpiter no regaço da Virgem. Os quatro satélites estavam em linha: Ganimedes e Europa à esquerda, Júpiter ao centro, depois Io e mais distante Calisto, ambos à direita.

Voltei a Arcturus e depois vaguei pelas estrelas de Boieiro. Voltei a Virgo e encontrei Porrima um pouco acima de Júpiter.
A seguir decidi-me por M51, mas surgiu muito ténue. A transparência do céu não era grande devido à forte humidade transmitida pelas núvens. Contudo, era ainda possível vislumbrar o centro de ambos as Galáxias em colisão. Ficaria para mais tarde.
Um dos objectos do céu profundo que mais gosto é de M13. O seu esplendor surgiu na ocular de 26mm que dava uma amplificação de 77x. Como sempre uma visão extraordinária, mas desta vez foi possível destacar as estrelas mais brilhantes e constatar a sua dispersão e sobreposição no enxame. Com a ajuda da ocular de 15mm (133x) consegui melhorar os detalhes e o feérico espectáculo tornou-se excepcional.

Depois passei a M92 também em Hércules. Não sendo tão extenso e brilhante como o seu vizinho anterior, não deixa de ser um objecto igualmente interessante.
Com uma magnitude 6.4 e uma extensão de 12.2’, M13 tem 5,8m e 23,2’, mostrou-se compacto, luminoso e circundado por um halo de luz maravilhoso.

Voltei a Júpiter. Os satélites mantinham-se sensivelmente na mesma posição. A grande mancha vermelha iria fazer a sua aparição nesta madrugada, mas não iria esperar por ela.

Virei-me para a Constelação de Libra e detive-me em Vega. Naturalmente a Nebulosa Planetária do Anel, M57, com uma dimensão de 1,2’ e 9,7 de magnitude, demorou-me o olhar. Não, não foi possível ver a estrela central. Somente com um telescópio de maior abertura e melhores condições atmosféricas.

Voltei a M51, a Galáxia do Redemoinho, nos Cães de Caça. Agora as condições atmosféricas pareciam estar um pouco melhores e foi possível vislumbrar os braços do sistema. Terá sido mesmo assim ou foi sugestão? Talvez, a verdade é que as núvens voltaram para antecipar o fim da observação.

Enfim, encerrei a observação pelas 00H30.
Fiquei de avaliar a magnitude limite do local noutra noite.

 
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