quinta-feira, 28 de outubro de 2004


Somewhere over the rainbow.


Eclipse Lunar desde a varanda de casa

sábado, 23 de outubro de 2004

Eclipse da Lua

No início da madrugada do próximo dia 28 poderemos presenciar uma Eclipse Anular da Lua.

Segundo o Dicionário de Astronomia da Didáctica Editora, Eclipse é a desaparição temporária, total ou parcial, de um objecto celeste, causada pela interposição de um outro objecto celeste entre o primeiro e a fonte de radiação que o ilumina.

Para compreendermos esta definição deveremos fazer recordar que tanto a Terra como o seu satélite natural possuem uma órbita em torno do Sol.
Considerando este modelo de sistema solar, o Sol ilumina o nosso planeta
e ilumina também a Lua.

A Lua, ao possuir ainda um movimento orbital em torno da Terra, além daqueles que a faz rodar em torno do Sol e de em torno de si mesma, arrisca-se então a “mergulhar” num cone de sombra resultante de a Terra, em mais um momento ocasional em que as órbitas dos 3 astros ficam no mesmo plano, se interpor entre o Sol e a Lua, projectando um cone de sombra sobre a face iluminada do nosso satélite.

Neste sítio poderão ler um revelador artigo do Grom Matthies sobre o Eclipse da Lua.

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Estrelas Variáveis do Tipo Cefeides

Para além do nosso Sistema Solar, as estrelas encontram-se tão longe que, através da observação visual, não nos é possível apercebermo-nos da suas variações de intensidade luminosa.
Quando as olhamos, parece-nos perceber que elas cintilam, mas tal impressão não resulta senão do facto de, entre os nossos olhos e as estrelas, se interporem longas distâncias, camadas de ar com diferentes temperaturas e tipos de poluição ou ângulos de visionamento menos propícios.

Contudo, quando observadas e estudadas através de telescópios e outros recursos, as estrelas apresentam, não cintilações no estrito sentido do termo, mas variações no brilho decorrentes de alterações na intensidade luminosa que é registada.
Estas variações ficam dever-se às características intrínsecas do estádio de desenvolvimento em que as estrelas se encontram.

Em rigor todas as estrelas variam na sua intensidade luminosa. De facto, a nossa Estrela Sol aumenta e diminui de intensidade enquanto distende e comprime o seu corpo.
As estrelas variáveis, conforme a evidência do seu tipo de actividade, dividem-se em vários grupos: Cefeides, de longo período, cataclismícas ... e até as que não são verdadeiras, aquelas que resultam de um outro objecto na sua órbita se interpor entre o nosso ponto de observação e a sua posição no Universo.

As Cefeides, ligeiramente abordadas na notícia do dia 7 de Outubro, são estrelas de variabilidade periódica curta, entre um e 100 dias, e com alterações de magnitude no brilho relativamente pouco acentuadas, caracterizada por um aumento súbito de luminosidade e uma diminuição lenta. A sua massa varia entre 5 e 20 massas solares e possuem uma luminosidade 104 vezes a luminosidade do Sol.

Por terem períodos bem demarcados de variabilidade e com a uma dispersão e profusão conveniente pelo universo observável, as Cefeides são utilizadas para a medição de distâncias entre a Terra e os Enxames Globulares Abertos ou outras galáxias, utilizando para isto uma relação calculada a partir do conhecimento da Luminosidade e da Intensidade.

O seu nome surge pela primeira vez da observação efectuada sobre a Delta de Cefeu por John Goodricke, um astrónomo amador que, em 1784, descobriu e quantificou o seu período em 5.4dias.
Mais tarde, em 1894, o astrónomo russo Aristarkh Belopolski, confirmou estas observações e resultados pela observação das variações do espectro cromático da luminosidade, constatando que tal variação se fica a dever a movimentos de expansão e contracção da massa de Delta Cefeu.

sábado, 9 de outubro de 2004

Lua em 20040920 - Parte 2 e Fim

Ao lado das 3 crateras surge o Mar Nectaris.
Com origem num monstruoso impacto que se calcula ter sucedido entre 3.85 e 3.92 mil milhões de anos, o mar de néctar dá nome a uma formação geológica lunar que ocupa uma percentagem menor na superfície na fase visível da Lua.
Embora não existam amostras recolhidas desta região no decurso do Programa Apolo, foi possível estabelecer limites temporais, tendo em conta as informações recolhidas em outros locais e o estudo comparativo das diferentes formações geológicas.

Abaixo os dados relevantes para cada uma das crateras em análise ou presentes na fotografia:

Theophilus
Idade Geológica ~ -3.2 a -1.1 mil milhões de anos
Dimensão ~ 100km
Profundidade ~ 4.4km

Cyrillus
Idade Geológica ~ -3.85 a -3.92 mil milhões de anos
Dimensão ~ 98km
Profundidade de difícil medida

Catharina
Idade Geológica ~ -3.85 a -3.92 mil milhões de anos
Dimensão ~ 100km
Profundidade de difícil medida

Madler
Idade Geológica ~ -3.2 a -1.1 mil milhões de anos
Dimensão ~ 28km
Profundidade ~ 2.67km

Kant
Idade Geológica ~ -3.2 a -3.8mil milhões de anos
Dimensão ~ 31km
Profundidade ~ 2.7km

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Lua em 20040920 - Parte 1

Na madrugada do próximo dia 28 de Outubro vamos poder observar em Portugal um Eclipse Lunar Total. Este acontecimento começara a ser divulgado nas próximas entradas do Luzeiro.

Entretanto, temos hoje uma foto de uma zona particular da Lua, obtida no passado dia 20de Setembro pelas 22H00. Esta foto teve como origem a curiosidade despertada por um artigo, da autoria de Charles A. Wood, publicado na edição de Outubro da revista Sky&Telescope.

A foto, obtida com o LX90 e uma Webcam acoplada à célula do telescópio, foi obtida recorrendo a 4 AVI’s de 10’, a 30 quadros por segundo. De cada um dos avi’s foram escolhidas as frames mais nítidas para o processamento da imagem final em Registax. O tratamento da imagem recorreu também às ferramentas do Registax, com a utilização de wavelets e contraste. A imagem final é o stack das 4 imagens entretanto obtidas de cada avi. O Norte está para cima.

Concluída a introdução sobre a construção da foto, e referindo-nos às legendas inscritas sobre as crateras lunares nomeadas, vamos ficar a saber um pouco mais sobre a morfologia desta zona.



Lua 20040920 às 20H20

As 3 crateras maiores mostram como ao longo de milhões e milhões de anos a superfície da lua foi sendo bombardeada em impactos de diferente magnitude e momento. Assim, Theophilus, aparenta claramente ser a mais recente pelo recorte acentuado das suas vertentes e definição dos picos centrais. Por outro lado, é também notório que como resultado da magnitude do impacto, as vertentes a Sul da cratera sobrepuseram-se às de Cyrilus.


Embora pouco perceptíveis, Cyrilus tem igualmente 3 picos centrais, contudo, por ser um pouco mais “idosa” que a cratera anterior, eles apresentam-se menos destacados da superfície interior da cratera, que se encontra coberta pela projecção de materiais resultantes do impacto ocorrido em Theophilus.
Comparativamente, às superfícies destas crateras, Catharina tem a sua arrasada de detritos e com marcas de ter sofrido vários impactos de maior ou menor magnitude. Este facto, permite-nos afirmar que, das três formações em análise, Cyrilus será a mais antiga, devendo a sua origem situar-se num tempo em que a superfície da Lua era objecto de intensos bombardeamentos de asteróides e cometas que, entretanto, foram diminuindo de frequência e dimensão.

No sítio poderão encontrar uma foto mais nítida.

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Perder o Norte!

A Estrela Polar, como é conhecida pelo comum dos mortais, ou Alpha Ursa Minoris como também é conhecida pelos astrónomos que assim a incluiram no espaço que definiram para todas as estrelas que caem dentro das fronteiras da Constelação da Ursa Menor, coincide com o Pólo Norte terrestre. A Polaris é também assim chamada ( e não a defino por mais outras tantas designações e nomenclaturas) por coincidir o Pólo Norte Celeste com o eixo de rotação da Terra.
Enfim, não exactamente pois existe uma ligeira diferença na ordem dos 4º.

A estrela pertence a um tipo de estrelas denominado Cefeides, as quais têm como característica ligeiras pulsações, que se reflectem nas variações da sua luminosidade, que ocorrem em períodos curtos. No caso da Polar esse período é de 3.97 dias.

Voltemos à história ...

No início da década de 80 do século passado, após terem vários anos a acompanhar o vai-vém das variações periódicas da Polar chegaram à conclusão que a sua luminosidade e período de variação estavam a diminuir, e que, a manter-se aquele enfraquecimento, deixariamos no início deste século atribulado de poder seguir as suas variações, quiçá, a própria estrela desapareceria. Mas, esta parte final, já sou eu a dramatizar o vocábulo.

Eis senão quando, com todos já preocupados com a perspectiva de também no céu se perder o Norte, um outra equipa de astrónomos, a acompanharem as pulsações da Estrela Polar desde 1995, registou desde o início deste ano uma tendência para ganhos de luminosidade e duração no período.

Com a explicação de que estas alterações se ficarão a dever a uma fase subtil na evolução da sua estrutura interna, o que também não explica muito mais ... podemos ficar mais sossegados e continuar a pensar que o céu, ao contrário do que parece acontecer em "algumas terras" não perdeu o seu Norte...

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

De volta ao Blog.

Olá.

Durante quase um mês afazeres vários impediram-me de continuar a edição do Luzeiro, contudo aqui estou de novo para o manter vivo.

Um Abraço e até amanhã.

Mário Santos

 
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