domingo, 18 de junho de 2006

Genesis - O Factor Humano





A 8 de Setembro de 2004, sem que os páraquedas de travagem fossem accionados para amortecerem a velocidade de descida e permitissem a sua recolha ainda no ar com ajuda de helicópteros, a Sonda Genesis estatelava-se no deserto do Utah .
A missão de 240 milhões de dólares, encerrava assim de forma desastrosa uma viagem de 3 anos, na qual se pretendia recolher partículas de vento solar que trouxessem melhor conhecimento sobre a formação do Sistema Solar.

Um relatório da comissão encarregada da análise ao falhanço, concluiu agora que o erro ficou a dever-se à deficiente montagem do sistema de medida da gravidade, instrumentos que foram montados de forma incorrecta e que não permitiram o disparo dos páraquedas na descida.

Ainda que as amostras recolhidas permitam um mínimo de investigação, os objectivos da missão ficaram irremediávelmente compromentidos.

A Genesis que fazia parte do programa de exploração espacial da NASA baseado no espírito “fast, better and cheaper” demonstra também o grau de exigente dificuldade de qualquer missão espacial, mas evidencia também a importância do factor humano perante o erro.

Fonte: MSNBC

sábado, 17 de junho de 2006

Queda de Meteorito na Lua


Embora existam diferentes teorias e versões sobre a formação da Lua, não há dúvidas quanto à importância da ausência de atmosfera na modelização da superfície lunar.
De facto, a Lua, contrariamente ao que acontece na Terra em que a atmosfera nos serve também como guarda-chuva , não possui uma atmosfera que a proteja dos impactos de metoritos e asteróides.

A chuva de objectos a erodirem a superfície, contribuindo também para a formação da camada de regolito, foi já por várias vezes observada e registada.
O registo que aqui fica, é o resultado de um impacto a 38km/s de um bólide com cerca de 25cm de dimensão. Um meteoróide com estas dimensões produziria na atmosfera terrestre um rastro brilhante ao desintegrar-se e nunca atingiria a superfície do Planeta.

A mancha brilhante que se observa sobre a direita da foto, resultado da explosão após o momento de impacto, ocorrido em 2 de Maio passado, foi obtida por uma equipa da NASA Meteoroid Environment Office que iniciou um projecto de vigilância destes eventos.

Retomada a possibilidade de tornarmos ao nosso satélite natural, é natural a vontade de monitorizar e estudar este tipo de eventos também na vertente de futuras explorações.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Valentina Tereshkova


Há 43 anos atrás, Valentina Tereshkova tornava-se na primeira mulher astronauta.
Nascida em 6 de Março de 1937, em Maslennikovo, uma pequena vila na região russa de Yaroslavl, Valentina teve uma infância economicamente difícil.
Isso não a impediu de praticar paraquedismo facto que, ainda de acordo com a biografia oficial, a tornou escolhida para o Programa Russo Vostok.

Valentina foi lançada a bordo da Vostok 6, do Cosmódromo Baikonour, Casaquistão, às 9 horas e 30 minutos do dia 16 de Junho de 1963.
48 órbitas terrestres, um milhão novecentos e setenta e um quilómetros, dois dias e 22h e 50min depois, Valentina era ejectada da Vostok e descia de páraquedas

Imagem da propaganda soviética, Valentina tornar-se-à Membro do Soviete Supremo da URSS e de vários organismos internacionais de luta pela paz e pela dignificação do papel da mulher na sociedade.


Após a desagregação da URSS a sua importância diminuiu e as suas aparições públicas são esparsas.
Ainda como parte da propaganda soviética, outras mulheres cosmonautas se seguiram a Valentina. O Ocidente só colocou uma mulher no espaço vinte anos depois.


Mais informação:
http://www.astroinfoservice.co.uk/html/vostok_6_report.html
http://www.astronautix.com/flights/vostok6.htm
http://www.spacefacts.de

terça-feira, 6 de junho de 2006

Mais um Cientista Português ...


Naturalmente que nem sempre é assim, e por mais que se diga e por mais que pareça que só surgem sempre más notícias, eis que surgem sempre boas notícias.

Aqui, um Cientista Português, Pedro Viana, contribuiu para a descoberta do mais antigo Enxame de Galáxias, distante da Terra mil milhões de anos-luz.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Lua, Saturno e ....

Ontem, recebi do José Matos a informação que uma interessante conjunção da Lua, Saturno e Mercúrio surgiria nos nossos céus pelo início da noite.
Contudo, nem só de astros vive este homem. E ainda bem. Vive também dos compromissos, dos imponderáveis, das expectativas, das desilusões, da alegria, tristeza e por aí fora...
De maneira que na melhor hora da dita conjunção estive presente na Assembleia de Condóminos do meu prédio.

Apesar de tudo, ainda antes de lá chegar, tirei um boneco à Lua e a Saturno ... Mercúrio ficou-se só pela observação visual, pois não coube no quadro ...
Reparem que a parte da sombra no crescente da Lua está iluminado pela reflexão da luz do Sol na Terra.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

Planeta Marte


O livro “Planeta Marte – Uma História de Observação e Descoberta” faz-nos companhia numa maravilhosa jornada do percurso do conhecimento humano sobre Marte.
Da autoria de William Sheehan, um divulgador norte-americano de ciência e também astrónomo amador, a Editorial Inquérito editou esta história sobre as observações documentadas do planeta, numa evolução cronológica de factos, acontecimentos e biografias curtas das personagens mais relevantes.
Iniciando-se o percurso na remota Babilónia, termina o relato com os primeiros resultados enviados, à altura, pela sonda “Sojourney”, o primeiro robot telecomandado, quase em tempo real desde a Terra, no âmbito do Projecto Mars Pathfinder.






Os inefáveis astrólogos babilónicos, os egípcios e os gregos, mas naturalmente também Ptolomeu e Copérnico e, mais adiante, Tycho Brahe e kepler, mestres e seguidores, visões diferentes a perseguirem o mesmo trajecto de busca do conhecimento sobre o que nos maravilha e intriga.

Concerteza que os avanços e as viagens ainda não se fazem pelos “túneis das minhocas” e por isso vão desfilando pelas 295 páginas do livro as personagens que, no entender de W. Sheehan, mais fizeram, ou não fizeram, por nos aproximar da realidade marciana.

Huygens e Cassini, Herschel e Madler, Beer e Asaph Hall, o incontornável Schiaparelli e os seus “canali” que depressa promovidos a canais rasgados na superfície vermelha do planeta, passariam por muitos anos a serem manifestações de sábias e laboriosas inteligências... Mas, também Antoniadi e, sobretudo, o conterrâneo de Sheehan, o ilustre aristocrata e aventureiro endinheirado Percival Lowell.


O movimento retrógrado, as várias oposições planetárias observadas e a observar até 2035, os Observatórios de Lick, de Paris, de Flagstaff, as particularidades da visão e do olho humano e as suas implicações nas práticas observacionais e na correcção de erros decorrentes, os projectos de exploração planetária, enfim, um conjunto de temas em torno do Planeta Marte com um manancial de informação, na qual a sua estruturação e fluência adiciona à recolha da informação o prazer da leitura.

Por fim, e porque já me esquecia, também a correlação do tema com as obras de ficção de autores como Camille Flamarion, H.G.Wells e Edward R. Burroughs.

Um Bom Livro.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Enxame Globular M13





PRIMEIRAS BRINCADEIRAS COM A MX716

LX90, 2x20seg, guiagem Autostar, em montagem altazimute.
Alguns retoques de constraste e níveis com AdobePhotoshop

domingo, 14 de maio de 2006

Lua 20060506


Obtida com o meu sempre fiel LX90 e com uma WebCam Philips Toucam 740K, a foto incluída nesta entrada ilustra uma zona da Lua onde se encontram presentes vários dos processos que nos permitem interpretar a evolução geológica do nosso satélite.

Com o Norte ao cimo da figura, esta zona é central e situa-se à esquerda muito próxima do meridiano.

A sudeste da grande bacia de impacto do Mare Imbrium, a maior superfície facilmente identificável com observação
visual simples desde a Terra, podemos distinguir o início da grande barreira dos Montes Apenninus. Apesar da altura das suas montanhas os Montes Apenninus não serviram de obstáculo ao avanço das lavas imbrías que, entre outros afogamentos, submergiram também a cratera Stadius.
Somente entrevista pelos seus picos mais elevados, ainda assim a 650m da superfície, esta cratera, mais antiga que as que a rodeiam, sejam Copernicus ou Erastostenes, demonstra bem o inferno da evolução geológica lunar. Um inferno de lavas expelidas para a superfície em resultado de inconcebiveis impactos e a percorrerem centenas de quilómetros, arrasando formações rochosas de equivalente dimensão. Reduzidas a meros precalços de circunstância, crateras como Stadius (Jan Stade - Astrónomo e Matemático Belga do séc XVI) revelam a grandiosidade do processo.
No interior dos seus 69km de diâmetro são ainda visíveis outros impactos, menores, uns de caractér meteórico e outros talvez provenientes do material ejectado aquando do impacto que formou Copernicus.

Também visíveis são os brilhantes raios com fonte no centro de Copernicus. Abrindo uma cratera de 95km de diâmetro e cerca de 4km quilómetros de altura, o material projectado no impacto percorreu distâncias de 750km. Concerteza que a grandeza das dimensões experimentadas mentalmente, nos deixam estarrecidos, mas lembremo-nos da inexistência de atmosfera e de uma gravidade muito baixa à superfície da Lua, para compreendermos melhor o dramatismo daqueles 750km.
Esses raios que surgem um pouco por toda a superfície lunar, resultam, ou pensa-se que resultam, da projecção de material que à superfície foi fundido e depois projectado nomomento dos impactos.

Voltando de novo ao sopé dos Apenninus e à "recente" cratera Erastotenes - Astrónomo e Matemático Grego do séc III A.C., de quem se diz ter sido o primeiro a preocupar-se com e a tentar medir o diâmetro da Terra - voltámos a encontrar um motivo para descobrir quanto a existência de sinais se torna importante na nossa intenção de nomear para conhecer o que nos rodeia.
A cratera a que emprestaram o nome do Astrónomo Grego, foi usada por Shoemaker e Hartman, no início dos anos 60 do século passado, para nos fazer compreender que, embora parecendo "recente", de 3 mil milhões de anos, por não serem visíveis raios de material ejectado e possuir impactos secundários de menor dimensão, apesar de uma configuração geral com pouca degradação geológica, seria ainda assim Erastotenes mais antiga que Copernicus pela diferença da visibilidade nos raios que desta se dispersão por tão grande área.
E de conceito em conceito definiram aqueles Astrónomos o conceito de Estratificação, o qual permitiu elaborar uma tabela cronológica, da qual Copernicus é a mais "nova" das idades lunares e o Imbrium e o Pre-imbrium os mais antigos marcos na evolução selenita.

Vale também a pena olhar com um pouco mais de atenção para as manchas negras que se posicionam nas margens do Mare Insularum. Estas zonas escurecidas da superfície estão hoje maioritariamente aceites como sendo depósitos de cinzas vulcânicas decorrentes de erupções ocorridas, não por força de um efeitoda tectónica de placas como na Terra, mas antes pelo resultadodas pressões internas criadas pelos vários impactos ocorridos à milhões de anos.

Finalmente, em baixo, apercebemos a formação Gambart - Jean Gambart, Astrónomo Francês do séc XIX - uma cratera "antiga" de cerca de 4 mil milhões de anos, mais ou menos, caracterizada como do período pré-imbrío, com um diâmetro de 26km, de paredes já pouco íngremes e de alturas em torno dos 1000m e com um solo relativamente plano e coberto de lava, facilmente visivel comuma luneta de 50mm ou uns binóculos da mesma grandeza.
Próximas encontraremos Gambart C e Gambart B e logo acima um sinal indicativo da presença dos destroços da Sonda de Exploração Lunar Surveyor 2.
A Surveyor 2 despenhou-se no solo aquando das manobras de aproximação à Lua, na qual se pretendia que este batedor avançado procede-se a um conjunto de verificações (temperatura, imagens do terreno, etc) que permitissem a recolha de mais dados para a alunagem de um dos módulos do Programa Apolo. É agora um dos milhares de dejectos humanos que povoam o espaço celeste.
Bem sei que o espaço poderá ser infinito, mas ainda assim estes lixos são parte do custo do evolução. Serão?

 
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