quarta-feira, 14 de setembro de 2005

quanta (o) Isaac Asimov !!


Sempre presente nos últimos meses e fazendo parte do monte à cabeceira, os livros da saga de Isaac Asimov, Fundação, têm-me trazido agradáveis momentos de esclarecimento. E de esquecimento também.
Contudo, noutros momentos também a leitura se arrasta, não porque me chegue o sono mais depressa do que as páginas que vão ficando para trás, mas porque muito da literatura de ficção científica (não sei se a este lhe deva atribuir esta designação ...) tem momentos de pouco desenvolvimento na acção e a descrição não é precisamente um dos atributos deste tipo de ficção.

No volume em mão, No Limiar da Fundação, saltou-me aos olhos um belo trecho sobre como uma das personagens, daquelas que esporadicamente surgem na narrativa, dá a conhecer o seu entendimento daquilo que denomina pela consciência colectiva de Gaia (um misterioso planeta ... )
E, concerteza, que nem para a estrutura da obra nem para o momento do Autor o que ficou dito surgiu/surge como ditirambo de escriva.

Ora leiam:

“... Cada acontecimento que ocorre, pode ocorrer ou não ocorrer, ou pode ocorrer desta ou daquela maneira, e de cada uma de um número enorme de alternativas, resultará um curso de acontecimentos futuros que são distintos, pelo menos até certo ponto.
“ ... Em cada uma destas alternativas, ou em cada um de um vasto número de outras alternativas relativas a este acontecimento, o Universo teria, a partir daí, seguido um caminho diferente, e o mesmo é verdade para todas as outras variações de todos os outros acontecimentos, por mais insignificantes que sejam.
“ ...Eventualmente (...
os Eternos
...) encontraram, ou assim se diz, um Universo em que a Terra era o único planeta de toda a Galáxia , no qual se podia encontrar um sistema ecológico complexo, assim como o desenvolvimento de uma espécie inteligente, capaz de construir uma tecnologia avançada.
“ ... Algures nas neblinas da probabilidade, existem outras realidades em que a Galáxia alberga muitas inteligências, mas são realidades inatingíveis. Na nossa Realidade estamos sós. De cada acção e de cada acontecimento na nossa Realidade, há novas ramificações, sendo que só uma em cada caso separado é a continuação da realidade, pelo que há um enorme número de Universos potenciais ... talvez um número infinito ... . Ou talvez eu deva dizer que todos, excepto uma pequena percentagem, são semelhantes nessa característica, pois é perigoso excluir qualquer coisa quando as probabilidades se aproximam do infinito”.


Hummm ...

págs. 339 e 340 No Limiar da Fundação de Isaac Asimov
Colecção Argonauta Gigante
Edição Livros do Brasil

 
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