quarta-feira, 30 de junho de 2004

Missão cassini-Huygens - V

Tão Lindo!



Dentro de algumas horas, os propulsores da nave entraram em funcionamento e dessa forma a Cassini-Huygens entrará no campo gravitacional de Saturno ...

Não há palavras para tanta beleza.

Como eu gostava de estar naquele silêncio a observar o Senhor dos Anéis.

Missão Cassini-Huygens - IV

Pequena Biografia de Christiaan Huygens



Christiaan Huygens nasceu em Haia, na Holanda, em 14 de Abril de 1629 e faleceu em 1695.
Personalidade importante da sua época nas áreas da matemática aplicada, da mecânica e da óptica, a Huygens devemos os primeiros trabalhos sobre o cálculo do arco de uma parábola, o estudo do movimento pendular e a sua aplicação aos relógios, a conservação da energia cinética, a natureza ondulatória na propagação da luz e o desenvolvimento e a aplicação de procedimentos mais eficientes na fabricação de lentes e instrumentação de medida astronómica para a construção e uso de telescópios.

Na astronomia, e fruto da utilização de um dos mais potentes telescópios conhecidos na época, construído por si e pelo irmão, caracteriza detalhadamente, pela primeira vez na História da Astronomia, a superfície do Planeta Marte, nomeadamente a planície que mais tarde se haveria de chamar Syrtis Major bem como a calote polar sul marciana.

É das suas observações que resulta o primeiro entendimento do carácter sólido, corpuscular e circular dos anéis de Saturno, já entrevistos por Galileu.
Em 1655 descobre o segundo maior satélite do Sistema Solar e o maior orbitando Saturno.
Será em Titã que em 25 de Dezembro de 2004 pousará a sonda Huygens concebida e construída pelos Europeus.

terça-feira, 29 de junho de 2004

Missão Cassini-Huygens - III

Antecedentes à Missão Cassini-Huygens - Parte 2

A Pioneer 11 manteve-se próxima das núvens de Saturno, a uma distância de 20.000km, durante cerca de 2 semanas.
Neste período foi possível a descoberta de 2 anéis nunca antes vislumbrados, os Anéis F e G, bem como a detecção de um satélite com cerca de 400km de diâmetro na periferia do Anel A. Recolheu igualmente informações sobre a magnetosfera e o campo magnético de Saturno.
O sobrevoo do satélite Titã permitiu ficar a saber das baixas temperaturas que se fazem sentir na sua superfície.



As Voyagers 1 e 2 chegaram às imediações de Saturno, respectivamente, em Novembro de 1980 e Agosto de 1981.
Quando ambas foram arrancadas à atracção gravitacional do “Senhor dos Anéis” para prosseguirem-se a sua viagem adentro do espaço interestelar, deixaram-nos um enorme manancial de informação:

- a atmosfera de Saturno é composta quase unicamente por Hidrogénio e Hélio, sendo que a camada superior terá cerca de 7% de Hélio. A baixa quantidade encontrada poderá explicar a razão pela qual Saturno irradia mais energia do que aquela que recebe do Sol. Eventualmente, um processo de “afundamento” do Hélio nas camadas maioritariamente compostas por Hidrogénio originará a libertação de energia.
- Se comparada com Júpiter, o aspecto mais ou menos uniforme da atmosfera ficará a dever-se aos ventos que sopram predominantemente de leste junto do equador e também ao facto de as suas velocidades diminuírem deste para os pólos. A latitudes mais elevadas os ventos parecem soprar de forma alternada de Este e Oeste.
Alguns investigadores parecem acreditar que existirá também um movimento Norte/Sul nas camadas mais interiores da atmosfera.
- A magnetosfera estende-se por 1.1 milhão de km, cerca de 19 raios de diâmetro de Saturno;
- As temperaturas são baixas e poderão oscilar entre -191ºC e -130ºC
- A rotação de Saturno é de 10h 39m e 24s
- Dezassete novos Satélites foram descobertos pelas Voyager

Por fim, as Voyager partiram, buscaram por Urano e Neptuno, escapam-se aos limites do Sistema Solar, ultrapassaram já a distância antes percorrida pela Pioneer 11, estão mais longe do Sol que Plutão, percorrem 3.3 UA de distância por ano ….

Num disco de cobre banhado a ouro, contendo sons e imagens da nossa espécie e do Planeta Terra, um Bem-vindo em Português encontra-se lá longe, muito longe …


sexta-feira, 25 de junho de 2004

Missão Cassini-Huygens - II

Antecedentes à Missão Cassini-Huygens - Parte 1

A primeira nave espacial que circulou pelos arredores de Saturno foi a Pioneer 11.




Colocada no topo de um foguetão Atlas Centauro, a nave foi lançada do Cabo Canaveral, nos EUA, em 5 de Abril de 1973.
A Missão Pioneer 11 tinha em mente a recolha de informação sobre a Cintura de Asteróides, a observação dos efeitos produzidos pelas viagens através do Sistema Solar, o sobrevoo de Saturno e a continuação da viagem para o espaço exterior.



De facto, muito do que a generalidade das pessoas reteve do Programa Pioneer resume-se a uma recordação terrena que as Pioneer 10 e 11 transportam na sua viagem pelo espaço interestelar: uma placa de alumínio banhada a ouro com um conjunto de imagens gravadas, que nos deverão identificar como espécie na nossa Galáxia, habitantes do nosso Sistema Solar e no nosso Planeta …

Em 20 de Agosto de 1977 a NASA lançou a Voyager 2 e cerca de 2 duas semanas depois a Voyager 1. Ambas as sondas, um prolongamento do Programa Mariner de exploração interplanetária, visitaram Júpiter e Saturno, tendo a Voyager 2 efectuado ainda o sobrevoo de Urano e Neptuno.
O trajecto da Voyager 1 permitia ainda a passagem nas proximidades de Plutão mas a NASA decidiu que esta sonda efectua-se uma passagem mais próxima do satélite Titã de Saturno.
Também estas duas sondas ultrapassariam a fronteira do Sistema Solar, penetrando no espaço profundo para lá da Cintura de Kuiper, transportando sinais da nossa espécie e da nossa localização no Sistema Solar.

Os dois programas de exploração interplanetária enriqueceram o nosso conhecimento sobre o Sistema Solar e aumentaram as questões sobre o imenso luzeiro que cobre as nossas cabeças.

quinta-feira, 24 de junho de 2004

Missão Cassini-Huygens

A Missão Cassini-Huygens

Em viagem desde 15 de Outubro de 1997, a nave espacial Cassini-Huygens entrará na fase final de aproximação a Saturno no próximo dia 1 de Julho.



A Missão, concebida e realizada conjuntamente pela Agência Espacial Europeia, NASA e Agência Espacial Italiana, e ainda com o contributo de mais 17 países, permitirá um estudo recente e detalhado do Planeta dos Anéis e dos seus Satélites durante, pelo menos quatro anos.

Os objectivos desta Missão pretendem esclarecer um conjunto de dúvidas que se colocam aos astrofísicos, nomeadamente:
- A origem da energia emitida pelo Planeta, a qual é superior à que recebe do Sol;
- A origem e as cores dos corpos celestes que compõem os Anéis de Saturno;
- E haverá lugar à descoberta de novas luas?
- Sendo a mais reflectora das luas de Saturno, Encelados será que tem uma superfície “recentemente” formada?
- Qual a origem da matéria orgânica de cor negra que cobre Japeto?
- Quais as reacções químicas que ocorrem na atmosfera de Titã? Terá oceanos? E qual será a origem para a grande quantidade de metano em Titã?
- Existirão formas moleculares primitivas em Titã?

Christiaan Huygens (1629-1695), foi um Cientista Holandês, que em 1655, descobriu Saturno e os seus anéis e também o satélite Titã. A sonda Huygens, que é transportada pela Cassini, irá fazer o estudo do satélite Titan.
A nave espacial Cassini recebeu o seu nome do Astrónomo Francês, de origem italiana, Jean-Dominique Cassini (1625-1712), o qual, para além de ter descoberto os satélites Japeto, Rea, Tétis e Dione, em 1675, efectuou observações que levaram também à descoberta da chamada “Divisão de Cassini”, um intervalo de espaço aberto entre os milhares de objectos que circulam o grande planeta gasoso e formam os Anéis de Saturno.



Com esta entrada no Luzeiro, tentarei realizar um conjunto de informações gerais sobre a Missão Cassini-Huygens, o Planeta Saturno, os Anéis e o seu Sistema de Satélites.

sexta-feira, 11 de junho de 2004

Sítios para Vénus 20040608



Este Desenho é da Joana, de nove anos, de Lisboa.

European South Observatory – Sítio em Língua Inglesa
http://www.vt-2004.org

NASTAB – Núcleo de Astronomia de Barcelinhos
http://oficina.cienciaviva.pt/nastab/tvimages.html

Centro Multimeios de Espinho
http://www.multimeios.pt

Portal do Astrónomo
http://www.portaldoastronomo.org

Observatório Astronómico de Lisboa
http://www.oal.ul.pt/vt2004

Pátio da Astronomia
http://astrosurf.com/carreira/tv2004.html

Paulo B.G. Guedes
http://astrosurf.com/paulobg/sol2004.htm

Pedro Ré (sítio em Língua Inglesa)
http://astrosurf.com/re

quinta-feira, 10 de junho de 2004

Ainda o Trânsito de Vénus

Por esta hora já deixou de ser assunto.
Afinal, a raiz na importância da dimensão do efémero de qualquer coisa, será dada pela importância que lhe atribuirmos.
Hoje, para além da dimensão do nosso diálogo interior, e mesmo este, na coisa que não existe, já foi ou será, o papel da notícia determina a atenção e a importância que o negócio lhe atribui.
Se cativar muitos, tanto melhor, se poucos... não faz mal, amanhã haverá outro assunto e todos os dias alguém estará pronto a dar-lhe atenção. E todos os dias haverá notícia e o seu negócio.

Mas, afinal, que importância dar a este Trânsito de Vénus?
Alguém se lembrará do Trânsito de Mercúrio em 2003? Do Eclipse Lunar do mês passado? E do Eclipse Sol em 2005?
Será importante tentar acrescentar mais 30 menos 100 quilómetros à Unidade Astronómica conhecida?

Parece-me que sim, que a importância é grande, cada vez maior, e que apesar do interesse terceiro do poder dominador dos media, ele é determinante para que nos mantenhamos ciosos da descoberta de um método científico.
Que permita a notícia e desenvolva o negócio, mas que, também, trate de divulgar da razão das coisas, e de alargar o espaço do Eu e fazer compreender, aceitar não será para já, o espaço do Outro.

Sim porque 150 milhões de quilómetros são muitos quilómetros, e se a Terra é grande e um outro corpo se atravessa entre nós e o Sol que nos faz viver, sem que daí a sombra daquela árvore aumente, então ...
Então, se bem que não tanto importantes quanto a fonte que cria a sombra, bem menos efémeros quanto a notícia e o negócio, a raiz da importância ficará pelo uso e o fruto que tirarmos da transitoriedade das coisas.

quarta-feira, 9 de junho de 2004

O Dia em que Vénus se Atravessou

A seguir...

Em tempo nominal a construção do filtro solar foi rápida, realmente arrastou-se por vários dias devido aos inevitáveis imponderáveis do quotidiano.
Por fim o tão esperado dia 8 de Junho chegou.

Levantei-me as 03h30 para dar uma boleia ao Nuno Coimbra e seguirmos para a Serra de Valongo, sítio de onde julgávamos ter a melhor visualização do nascer do Sol. A nós juntar-se-ia também o Rui Santos.

Após várias peripécias (p.ex: assalto à garagem do meu prédio, “Chamem a Polícia! ” e enganar-me na saída da auto-estrada) acabei por ter o material montado a tempo e horas. O Sol já teria nascido mas nós ainda não o víamos.

A espera seria pouco demorada, mas dolorosa. Uma neblina cobria os montes a Este de Valongo. Interrogávamo-nos se isso se iria manter ou piorar as condições de observação. A Antena 1 anunciava chuva e trovoada para o interior.
Vindos de por detrás dos montes, farrapos de núvens estendiam os seus dedos brancos por cima do Valis Longus.

Por fim o Sol despontou sobre os montes.
Não há imagens nem palavras que possam alguma vez dizer da beleza do dia que nasce.
Estava para breve a razão da nossa presença naquela estrada poeirenta, aberta há pouco na vertente do monte.
Julguei sentir a excitação de cada um na forma como apontávamos para depois corrigirmos o posicionamento do telescópio, no cuidado com que inspeccionávamos os filtros de construção caseira, nas rezas que fazíamos a são pedro para se deixar de tricas e não nos negar aquela que seria a única oportunidade da nossa vida. Um verdadeiro teste.

Vagamente e acima da linha do horizonte definida pelos montes, o Sol erguia-se pleno e vermelho, coriscado de traços negros nebulosos

Então, como aprazado, às 5h20 do Tempo Universal, ou às 6h22 do meu relógio marca-pistola, vi-o.
“-Senhores, Eu vejo Vénus! Ali está ele! Em baixo. Reparem bem, agora!”

Uma alegria indescritível !!!

 
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